(Cristiano Machado/Hoje em Dia)
Usuários do Anel Rodoviário e parlamentares apresentaram nesta quinta (17), na Câmara Municipal de Belo Horizonte, várias denúncias contra a grave situação da via para a Comissão Especial de Estudos, que contou também com a participação da Via 040, administradora de um trecho da rodovia, e da Polícia Militar.
Como alternativas, foram propostas mudanças na circulação, limitação do acesso de veículos de carga em horários de pico e a realização de obras em diversos trechos da via. As intervenções previstas incluem a ampliação da capacidade de fluxo em alguns trechos com estreitamento, assim como a criação de áreas de escape nos trechos de declive acentuado.
As sugestões devem ser apresentadas ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, em reunião da comissão a ser agendada em Brasília. Os parlamentares devem solicitar à pasta também a alteração nos contratos de concessão da rodovia, de forma a permitir que a empresa realize as obras necessárias.
A comissão acionará, ainda, o Ministério do Trabalho, solicitando informações sobre a fiscalização do cumprimento de jornadas exaustivas por motoristas de caminhões.
“A maior causa de acidentes nas rodovias é a imprudência dos motoristas”, alertou o vereador Wesley Autoescola (PHS). Segundo ele, muitos desrespeitam a sinalização e o limite de velocidade, assim como deixam de fazer as revisões nos automóveis e dirigem sem plenas condições físicas. “É preciso fazer a manutenção das vias e criar alternativas para minimizar os danos, no entanto, é fundamental que se façam campanhas de conscientização dos motoristas”.
Já o vereador Irlan Melo (PR) acredita que o grande desafio para implementar soluções é conquistar a vontade política do Poder Executivo. “São 50 anos sem nenhum tipo de intervenção no Anel. Precisamos fazer essa discussão e apresentar as sugestões. Vamos insistir”, garantiu o parlamentar.
Responsável pela administração de um trecho da rodovia, a concessionária Via 040 afirmou que a competência da empresa, conforme previsto em contrato, limita-se à manutenção da via, como recapeamento e podas nas marginais. Nesse sentido, a empresa afirmou que tem atuado na revitalização do trecho concedido e tem percebido uma redução no volume de acidentes.
A Polícia Militar garantiu que tem atuado para minimizar os acidentes no Anel. A corporação explicou que disponibiliza efetivo específico para o atendimento aos usuários, em todos os trechos da via, no prazo de até 10 minutos a partir do chamado.
O órgão afirmou que realiza fiscalizações regulares, mas alertou para as limitações que enfrenta para efetiva penalização dos infratores. “Não temos balanças nas rodovias. Não é possível, portanto, verificar o excesso de carga dos caminhões, ainda que estejam aparentemente em risco”, denunciou o comandante do 1º Pelotão da 1ª Companhia do Batalhão da Polícia Militar Rodoviária, tenente Pedro Henrique Barreiros.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) garantiu que realizará uma campanha nacional de educação para o trânsito em anéis rodoviários. No entanto, afirmou que não tem competência legal para fiscalizar e monitorar o trânsito, apenas o transporte.
* Com CMBH