Angolano denuncia discriminação na UFMG

Raquel Ramos - Hoje em Dia
22/03/2013 às 07:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:08
 (Eugênic Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênic Moraes/Hoje em Dia)

Após o trote de cunho racista na Faculdade de Direito da UFMG e a queixa de um aluno que teria sido chamado de “macaco” por um professor do Centro Pedagógico, mais uma denúncia de preconceito pesa sobre a maior instituição de ensino superior do Estado, apenas nesta semana.

Sem identificar o nome, um angolano acadêmico da UFMG denunciou um professor de ter feito declarações discriminatórias em sala de aula. Ele teria dito que o aluno não deveria estar na faculdade “ocupando a vaga de um brasileiro”. O jovem fez a declaração em entrevista à Band News.

Os casos de preconceito motivaram um protesto, na última quinta-feira (21), no Centro de Belo Horizonte, realizado por dezenas de alunos da UFMG e por membros de movimentos estudantis. Com faixas e gritos de guerra, eles saíram em passeata da Praça Afonso Arinos até o prédio da Faculdade de Direito, na avenida João Pinheiro.

“Queremos uma punição severa aos participantes do trote racista. Vamos cobrar da reitoria a inserção da temática negra nas atividades acadêmicas”, informou Alexandre Braga, aluno do curso de Ciências do Estado e presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro).

Ele lembra que, embora o ambiente universitário tenha sido dominado por alunos da elite mineira por muitos anos, os programas de cota e as políticas de inclusão têm aumentado consideravelmente a quantidade de negros e indígenas no campus. “Essa é uma tendência nacional, e esses casos não vão nos intimidar”.

Afronta

Os manifestantes lembraram que o preconceito também atinge mulheres, estrangeiros, gays e outras minorias. “O caso relatado pelo angolano, por exemplo, não é o único. Em 2012, um professor do Instituto de Ciências Exatas da universidade insinuou que um estudante de origem africana era incapaz e deveria largar o curso”, conta Jorge Afonso Maia, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Sobre o caso do angolano, a assessoria de imprensa da UFMG informou que a investigação depende da formalização da denúncia na Diretoria de Assuntos Estudantis. Conforme a instituição de ensino, os demais casos estão em apuração.

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