Anvisa libera lote de achocolatado suspenso após morte de menino em Cuiabá

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
05/09/2016 às 14:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:42
 (Reprodução)

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou para comercialização e consumo o lote de achocolatado que havia sido suspenso após a morte de um menino de 2 anos em Cuiabá, no Mato Grosso. A Polícia Civil e a agência constaram que a bebida láctea fabricado pela empresa mineira Itambé não estava contaminado. O que houve foi o envenenamento manual do produto consumido pela vítima.

"A interdição cautelar do lote foi motivada para averiguar se haveria relação entre o óbito de uma criança e o consumo do produto. Investigação da Polícia Judiciária Civil em conjunto com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso revelou adulteração do achocolatado que foi consumido pela criança por meio de injeção de inseticida em cinco unidades", informou a Anvisa.

Com isso, as cinco milhões de unidades do achocolatado Itambezinho (200ml), fabricadas em 25 de maio deste ano com validade até 21 de novembro, e que haviam sido retirados de circulação, já podem voltar para os supermercados de todo o Brasil. Por meio de nota, a Ansiva frisou que a "Itambé Alimentos S/A não foi responsável" pela morte e que a contaminação do lote M4 "está descartada". Assim, a interdição cautelar está suspensa.

Motivação

A Polícia Civil do Mato Grosso constatou na semana passada que o achocolatado que matou Rhayron Christian da Silva Santos foi envenenado pelo comerciante Adônis José Negri, de 61 anos. Ele colocou produto para matar rato na bedida para se vingar de Deuel de Rezende Soares, de 27, que costumava furtar produtos da loja dele. 

A intenção de Adônis era envenenar o ladrão, mas a armadilha não deu certo porque Deuel revendeu para um conhecido, pai do garotinho que acabou morrendo, caixas do achocolatado roubado. Perícia feita no produto e nas amostras do corpo da criança indicaram a presença de carbofurano, substância usada para matar ratos. Segundo o delegado Eduardo Botelho, Adônis usou uma seringa para contaminar a bebida. “Deuel não consumiu o produto, mas vendeu cinco caixinhas para o pai do menino por R$ 10”, disse. 

“Os furos encontrados nas embalagens de achocolatado foram fundamentais para esclarecer que era um caso de contaminação criminal’’, destacou o perito Diego Viana de Andrade. Adônis foi autuado por homicídio qualificado com emprego de veneno, além de homicídio tentado, já que um amigo da família do menino também bebeu o Itambezinho e foi hospitalizado. Deuel, por sua vez, vai responder por furto qualificado. Eles estão detidos no Centro de Ressocialização de Cuiabá.

O caso

A mãe do menino, Dani Cristina Perpetua da Silva, disse que comprou a bebida láctea porque estava barato. O menino foi levado a um hospital da cidade, no último dia 25, com parada cardiorrespiratória após ter ingerido uma caixinha do achocolatado.  À polícia, ela contou que o filho tinha passado mal após ter bebido o Itambezinho e teria ficado com "falta de ar, corpo mole e princípio de desmaio". Na unidade de saúde, "os médicos chegaram a tentar reanimar a criança por cerca de uma hora", disse a mãe, mas a criança não resistiu.

Presidente da Itambé faz declaração após esclarecimento do caso:
 

Um vídeo publicado por Itambé (@itambe) em


 

 Rogério Florentino Pereira/Olhar DiretoRhayron Christian faleceu na semana passada em Cuiabá, no Mato Grosso 

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