Após nova onda de ataques, Minas registra 44 veículos incendiados e 40 detidos

Janio Fonseca
jfonseca@hojeemdia.com.br
05/06/2018 às 10:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:25
 (Montagem/PM/Divulgação )

(Montagem/PM/Divulgação )

Minas Gerais vive dias de caos provocado pelos ataques e incêndios em veículos. Desde o último domingo (3), até a madrugada desta terça-feira (5), foram registrados ao todo 35 ônibus, um caminhão, três viaturas do sistema prisional, quatro carros e uma retroescavadeira incendiados, além de uma tentativa de incêndio a ônibus. Os 44 ataques ocorreram em 19 cidades do Estado, a maioria, nas regiões Sul e Triângulo Mineiro.

Até o momento, um menor foi apreendido e 40 suspeitos de participarem dos ataques foram conduzidos para prestar depoimento. Destes, três foram presos. O adolescente que teria participado de um dos atos incendiários sofreu queimaduras e foi internado. Motoristas e ocupantes dos veículos atacados não ficaram feridos.

De acordo com o especialista em segurança pública e professor da PUC Minas, Luiz Flávio Sapori, nas cidades do Sul de Minas e do Triângulo há uma forte presença de grupos ligados a facções criminosas. “Estamos diante de uma ação orquestrada, bem planejada, que aparenta ser de autoria de facções, muito provavelmente o Primeiro Comando da Capital (PCC), que é uma organização criminosa com atuação em todo o país”, diz Luiz Flávio Sapori.

Investigações

Segundo o chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar, major Flávio Santiago, alguns grupos podem estar se comunicando pelas redes sociais e aplicativos de mensagens de textos. Ele garante que essa questão tem sido investigada.

Em nota, o governo do Estado informou que as forças de segurança atuam de forma integrada e com prioridade para resolver e punir os responsáveis. Já a Polícia Civil alegou que é muito cedo para falar sobre qualquer relação entre os crimes.

Em BH

Na capital, dois ônibus foram atacados neste período. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), nove coletivos foram queimados em 2018. Além disso, a entidade alega que o sistema está impossibilitado de repor os veículos, já que um ônibus novo nos parâmetros exigidos para atender o transporte coletivo em BH custa cerca de R$ 400 mil.

Reação do governo

O governador Fernando Pimentel se pronunciou na tarde dessa segunda-feira (4), através de um vídeo em rede social, explicando quais medidas de segurança estão sendo tomadas para evitar novos ataques. De acordo com a postagem do governador, a segurança é uma das prioridades do governo. "Tomamos todas as medidas cabíveis para que tudo volte a sua normalidade o mais rapidamente possível.", escreveu o governador.

Assista ao vídeo com a fala do governador:

Saiba em quais cidades ocorreram os ataques entre domingo (3) e terça-feira (5):

Itajubá 
Brasópolis
Monte Santo de Minas
Lagoa Prata 
Passos 
Guaxupé
Alfenas
Poços de Caldas
Uberaba
Uberlândia
Pouso Alegre
Cruzília
Varginha
Belo Horizonte
Três Corações
Santa Luzia
Araxá
Tupaciguara
Luz

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