Após estupro, estudantes da Uemg de Monlevade protestam contra falta de segurança no campus

Cinthya Oliveira
ciolveira@hojeemdia.com.br
02/10/2017 às 12:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:50
 (Enviada por Patrícia Procópio)

(Enviada por Patrícia Procópio)

Estudantes da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) do campus de João Monlevade, na região Central de Minas, realizaram uma manifestação na tarde desta segunda-feira (2) para exigir da universidade e do poder público melhorias na segurança pública. O ato foi planejado depois que uma estudante de 27 anos foi assaltada e estuprada nas imediações do campus, ao sair da aula na sexta-feira (29).

A concentração da passeata foi na portaria da universidade, no bairro Baú, por volta de 14h30, e depois os estudantes seguiram o centro da cidade. Nesse campus, onde há quatro cursos de Engenharia, existem cerca de 1.300 alunos.

De acordo com Patricia Procópio, do Diretório Acadêmico da unidade, os assaltos sempre existiram nos arredores do campus, mas neste ano foram registrados casos piores de violência. “Teve uma tentativa de assalto a um ônibus com alunos de Rio Piracicaba. O homem chegou a atirar contra o ônibus. Também teve um caso de um aluno que carro roubado na porta da universidade. E agora acontece um caso de grande gravidade no campus”, afirma.

Segundo ela, o campus da Uemg de João Monlevade foi montado em uma escola municipal cedida pela prefeitura. Fica em um lugar ermo, próximo a um cemitério e um presídio. “Embaixo do prédio, tem um terreno baldio onde o mato fica muito alto às vezes e a iluminação pública é ruim. Para pegar o ônibus, temos que subir um morro escuro, onde acontecem os assaltos”, explica a estudante, acrescentando que a universidade não disponibiliza um vigilante para o campus. “A prefeitura disponibiliza um porteiro, mas ele não tem nenhum preparo como vigilante”.

De acordo com o vice-diretor da unidade João Monlevade da Uemg, Marco Antônio Gomes, os professores também se preocupam com a falta de segurança. “Temos dialogado muito com a Polícia Militar e o comando muitas vezes disponibiliza uma viatura para ficar na porta do campus à noite, mas os crimes acontecem justamente nas noites em que a viatura não está lá. Gostaríamos que pelo menos um policial ficasse todas as noites conosco no campus”, diz o professor.  

A Polícia Civil informa que o caso do estupro da aluna está sendo investigado pela Delegacia de Mulheres de João Monlevade. A estudante fez exames médicos e prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (2). Google Street View / N/A

Campus fica localizado em um lugar ermo, próximo a barrancos e a um cemitério

Posicionamento

Por meio de nota, a universidade informa que foi definida uma agenda de encontros durante esta semana junto à Polícia Militar, à Prefeitura Municipal e também à Câmara de Vereadores de João Monlevade, para que casos análogos não tornem a ocorrer, especialmente nos horários em que se ministram as atividades acadêmicas.

A Universidade diz que compartilha da consternação de toda comunidade acadêmicva e "se movimenta para provocar nos setores responsáveis pela 
segurança pública do município os diálogos necessários para prover naquela região da cidade um maior policiamento, adequação da iluminação pública, além de buscar outras ferramentas que possam ser implantadas com o objetivo de promover maior eficiência na segurança dos estudantes e demais cidadãos de bem".

Procurada pela reportagem do Hoje em Dia, a PM de Monlevade informou que "a Instituição Polícia Militar continua comprometida servindo a Sociedade, trabalhando pela manutenção da ordem pública e a preservação da dignidade humana".

Quanto ao estupro, a PM informou ainda que está auxiliando a Polícia Civil na apuração e diligências  sobre os fatos ocorridos na UEMG. 
 

Veja uma das postagens dos alunos:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por