Após ocupação de prédio na Pedreira Prado Lopes, prefeitura marca reunião com moradores

Hoje em Dia
08/06/2013 às 13:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:57

Um prédio do programa Vila Vila, na comunidade da Pedreira Prado Lopes (PPL), na região Noroeste da capital, foi ocupado por cerca de 60 famílias, neste sábado (8). Segundo os manifestantes, o imóvel foi abandonado há três anos. Eles reivindicam que o local seja destinado para a moradia de famílias pobres da PPL.

Após a ocupação, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que uma reunião foi agenda para a próxima segunda-feira (10) com um representante da Companhia Urbanizadora e de Habitação Belo Horizonte (Urbel). Segundo a assessoria da PBH, houve quebra de grades e portas e atos de vandalismo por parte dos manifestantes.  A situação foi acompanhada pela Polícia Militar. No início da tarde, os protestantes já haviam desocupado o imóvel.

Os protestantes denunciam que as obras estão paradas, mas que cerca de 730 famílias precisaram sair de suas casas para que o trabalho fosse executado. Contudo, até agora, segundo eles, a prefeitura não os reassentou.

Segundo eles, muitos estariam sendo obrigados a conviver com os entulhos dos restos das demolições e esgoto a céu aberto. “Todo lugar que a gente vai na comunidade tem buraco, tem usuário de droga, tem lixo”, protesta a professora Valéria Borges.

Além disso, os manifestantes denunciaram que alguns prédios serão ocupados por pessoas de outras regiões da cidade, não beneficiando famílias em situação de vulnerabilidade social da própria Pedreira.

Durante a ocupação do prédio, os moradores reivindicaram a destinação dos apartamentos prontos e vazios para moradores da PPL. Além disso, eles clamam pela retomada das atividades da Unidade Municipal de Ensino Infantil (UMEI), fechada para reformas há mais de um ano, e do Centro Cultural, fechado há cinco anos. Os protestantes cobraram ainda pela conclusão de obras de saneamento básico e o asfaltamento das vias.

A ação foi nomeada “Dona Maria” em homenagem a uma moradora que foi removida da Pedreira Prado Lopes devido às obras do Vila Vila contra a sua vontade. Quatro meses depois da remoção, a mulher morreu. Os moradores afirmam que dona Maria teria morrido “de desgosto”.

Programa Vila Viva

O Programa Vila Viva começou em Belo Horizonte, no Aglomerado da Serra em 2005, e na PPL em 2008. A intenção do projeto é reurbanizar as favelas e vilas da capital, melhorar a mobilidade, construir aparelhos do Estado – como UMEIs, centro cultural, escolas e postos de saúde – e resolver a questão da moradia, com remoção de áreas de risco e realização de obras de saneamento básico.

O Vila Viva tem R$ 1,5 bilhões de orçamento, obtidos junto ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Para a PPL, são R$ 49 milhões previstos.

Segundo a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), responsável pela execução do programa, o Vila Viva prevê a construção de 410 unidades habitacionais para reassentamento de parte das famílias removidas na Pedreira.

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