Após os protestos que fecharam o trânsito, na manhã e início da tarde desta quarta-feira (18), em vários pontos da capital e Grande BH, representantes de ocupações urbanas e da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais(Cohab) se reuniram com o secretário de Governo Odair Cunha. O encontro durou quase duas horas e teve o objetivo de discutir as propostas dos movimentos sociais. Em seguida, as ocupações garantiram que nenhuma via será interditada novamente por elas.    As principais reivindicações do grupo são: remodelamento do programa 'Minha Casa, Minha Vida 3', que não ocorram despejos sem alternativa prévia de realocação das famílias, controle dos preços dos aluguéis, fim da violência policial nas ocupações e comunidades carentes e tarifa zero nos transportes públicos.    A representante da Brigadas Populares Isabella Miranda considerou que a reunião teve saldo positivo. “O Odair disse que firmará um compromisso junto ao governador para que não haja mais despejos sem a garantia de moradia digna. Além disso, ficou decidido que, em breve, faremos uma reunião com o comando da PM para tratar da violência feita por policiais com os moradores das ocupações urbanas. Conseguimos avançar bastante hoje, por isso, optamos por desobstruir as vias”, afirmou.   A assessoria de imprensa da Secretaria de Governo confirmou que o Estado recolheu todos os pedidos feitos pelos movimentos. Já nesta quinta-feira (19) um novo encontro será realizado com representantes do Estado para continuar o debate as questões apresentadas pelo grupo.   Manifestações   Protestos convocados por integrantes de ocupações urbanas travaram o trânsito em diversos trechos de rodovias de Belo Horizonte e Região Metropolitana, nesta quarta-feira (18), provocando caos para os motoristas. Ao menos oito pontos foram interditados pelos manifestantes, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Militar e a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). O bloqueio é pelo Dia Nacional de Lutas do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e das Brigadas Populares.    De acordo com o integrante da ocupação William Rosa, Lacerda dos Santos Amorim, as manifestações desta manhã fizeram parte de uma campanha nacional. "Somos contra ordens de despejos forçados e também defendemos os direitos dos trabalhadores ", afirmou. Ele disse que a categoria é contra as medidas provisórias que alteraram regras para o acesso de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego, pensões e abono salarial. "Estamos reivindicando moradia. Não temos onde morar e os governos estadual e federal não fazem nada por nós", reclamou uma das moradoras da ocupação Dandara, Wagna Vieira Lima.    Em nota, os manifestantes informaram que exigem "o lançamento imediato do Programa Minha Casa, Minha Vida 3, suspensão de todos os despejos forçados e urbanização das ocupações urbanas, contenção da especulação imobiliária por meio da utilização de instrumentos do Estatuto das Cidades e controle de aluguéis, tarifa zero nas cidades brasileiras e combate à violência policial".   O protesto foi convocado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ocorre também em outros cinco estados e conta com a participação das Brigadas Populares e movimentos da Frente de Resistência Urbana.

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