Após vazamentos, Anglo American dá férias coletivas e vai rastrear mineroduto; confira o vídeo

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
30/03/2018 às 15:29.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:06

Os 529 quilômetros do mineroduto da Anglo American serão rastreados após o vazamento de 174 toneladas de minério no córrego Santo Antônio do Grama, na cidade de mesmo nome, na Zona da Mata mineira, na noite da última quinta-feira (29). A inspeção, feita no interior de toda a tubulação, que vai de Conceição do Mato Dentro ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro, durará pelo menos 30 dias, segundo a empresa. 

De acordo com o presidente da companhia, Ruben Fernandes, o rompimento, que também atingiu uma fazenda na região, é considerado completamente mitigável. O vazamento ocorreu no primeiro dia em que a empresa voltava a transportar minério na tubulação. 

Este é o segundo vazamento no mineroduto em menos de um mês. No dia 12 de março, foram despejados cerca de 300 toneladas de minério no córrego Santo Antônio do Grama. O rompimento de ontem ocorreu 400 metros à frente do anterior, na estação de bombas 2. Conforme o presidente da Anglo American, o evento durou  entre 5 e 8 minutos e não houve feridos. 

Ruben afirma que a empresa fez todos os testes antes de retomar as operações. “Nós fizemos três dias de testes com água, antes de começarmos a transportar minério novamente e não houve nenhum problema. Estávamos no primeiro dia de operação com a substância quando ocorreu o rompimento”, diz. Para que a operação fosse completamente normalizada, seriam necessárias 72 horas. 
 
De acordo com a Anglo, a estrutura que rachou no início do mês foi substituída e as tubulações próximas passaram por inspeção de ultrassom. A equipe já estava em campo cumprindo o plano de inspeção do resto das tubulações quando o rompimento ocorreu. Eles mesmos avisaram a sala de controle que cortou a polpa de minério e bombeou água para estancar”, afirma Ruben. 

A empresa foi notificada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e paralisou as atividades. O Ibama deu um prazo de 48 horas para a Anglo apresentar um laudo sobre os danos provocados pelo acidente, além do detalhamento das medidas de controle e reparação que estão sendo adotadas.

A companhia garante que está realizando um estudo completo para também identificar as causas do rompimento, com auxílio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP)

Os funcionários de algumas áreas de operação da cidade tirarão férias coletivas por, no mínimo, um mês. Ao todo, 2.500 trabalhadores atuam na região. 

Hoje existem 36 barramentos no córrego Santo Antônio. O fornecimento de água da região não será afetado, pois já estava sendo feito pelo Ribeirão Salgado desde o último vazamento. O presidente da Anglo American reforça que a empresa dará apoio financeiro e logístico aos moradores que "não se sentirem seguros" na região e quiserem deixar o local durante as operações. A cidade tem 4 mil habitantes. 

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) enviou uma equipe do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) para avaliar a situação e adotar as medidas ambientais cabíveis.

Primeiro acidente

No dia 12 de março, a tubulação do mineroduto se rompeu e despejou 450 m³ de minério durante 45 minutos. Em ação movida pelo Minietério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 milhões da mineradora.

Assista ao vídeo que mostra o momento do rompimento da tubulação e a força com que o material é despejado:

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