Depois de se tornar patrimônio cultural imaterial de Minas, em 2014, a Comunidade dos Arturos, localizada no bairro Jardim Vera Cruz, em Contagem, agora pleiteia a autossustentabilidade. Os quilombolas planejam para outubro o lançamento de uma marca de roupas para angariar fundos para o sustento das 120 famílias. Os produtos serão comercializados durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário, realizada anualmente na comunidade.
O projeto foi criado por um grupo de costureiras dos Arturos. “Com a venda das peças, queremos dar condição para que os membros das famílias se sustentem sem ter que deixar a comunidade para trabalhar”, afirma Jorge Antônio dos Santos, de 48 anos, um dos representantes dos quilombolas.
Ainda dentro da proposta de autossustentabilidade, a comunidade já tem na programação uma feira cultural prevista para acontecer em novembro, mês que celebra o Dia Nacional da Consciência Negra. Os visitantes poderão fazer penteados afro e comprar instrumentos musicais produzidos pelos próprios quilombolas, carnes e hortaliças. “As quitandas, como as tradicionais roscas, também serão oferecidas”, diz Jorge.
História
Os Arturos são uma comunidade familiar, tradicional e de ascendência negra, formada pelos descendentes e agregados de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva.
Na vivência diária dos quilombolas são mantidas diversas expressões culturais e festas tradicionais como batuque, Folia de Reis, Candombe, da Abolição e do João do Mato.
A festividade mais esperada, que recebe cerca de 3 mil pessoas a cada edição, é a de Nossa Senhora do Rosário, realizada em outubro. Neste ano, a solenidade acontece entre os dias 8 e 10. Na programação, apresentações de grupos de congado, missas e procissão.
O destaque fica por conta dos quitutes servidos gratuitamente ao público.