Ataque a ônibus pode ter ligação com ação policial; confronto em aglomerado deixou menor ferido

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
27/06/2018 às 06:02.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:01
 (Maurício Vieira )

(Maurício Vieira )

Uma ação policial que terminou com um adolescente ferido pode ter sido o estopim para que um grupo incendiasse um ônibus no bairro Piratininga, em Venda Nova, na manhã de ontem. O ataque foi em plena luz do dia, e deixou moradores apreensivos. Nenhum suspeito havia sido detido até o fechamento desta edição.

O coletivo da linha 640 (Estação Venda Nova–Jardim Leblon) estava na rua Cônego Trindade quando sete homens encapuzados saíram de um beco de acesso ao Aglomerado Mãe dos Pobres. Nas mãos, carregavam galões com líquido inflamável e um dos suspeitos estava armado, segundo relato feito por testemunhas.

O motorista conseguiu sair do veículo antes de as chamas se alastrarem. Não houve feridos. Mesmo com medo de comentar a ação dos criminosos, um morador da região disse que o ato seria em protesto contra operação de policiais militares no aglomerado, na noite da última segunda-feira. Houve confronto e um menor, que seria usuário de drogas, foi baleado durante a operação.

O caso foi confirmado pela Polícia Militar (PM). De acordo com o major Warley Almeida, do 49º Batalhão, as ações seriam intensificadas após o ataque de ontem.
 

Outros dois ônibus foram incendiados na garagem de uma empresa em Elói Mendes, no Sul de Minas; um vigilante contou que dois homens teriam colocado fogo nos veículos


Temor

A sensação de medo, porém, tomou a vizinhança. Enquanto bombeiros apagavam o fogo, os moradores estavam curiosos, mas não comentavam sobre o ocorrido com pessoas estranhas.

Uma mulher, que pediu para não ser identificada, falou sobre o ato de vandalismo. “Foi muito silencioso. Eu estava dormindo e só acordei por causa do barulho do fogo e fumaça”, disse.

A funcionária de uma padaria afirma que a região é tranquila, mas que ocorrências como essa geram apreensão. “Foi muito estranho, nunca vi isso. Mas acho que foi isolado e espero que não volte a se repetir”. 
Há quem também temesse pela própria vida. “Dá medo, pois quem coloca fogo em ônibus pode colocar na gente também. Estou assustada”, disse uma outra moradora. 

Apesar de a ação ser semelhante a outras registradas no Estado desde 3 de junho, o major Warley Almeida disse não ser possível relacionar o caso no Piratininga à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). 
Até o momento, mais de 70 ônibus foram queimados em 40 cidades mineiras. Os incêndios teriam sido orquestrados por membros do grupo criminoso.

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