Avanço da febre amarela aumenta preocupação com o Aedes aegypti na capital

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
02/02/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:06
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Só seis belo-horizontinos contraíram dengue em 2018 e, até o momento, não há registros de zika nem chikungunya na capital. No entanto, o medo do Aedes aegypti está entre as principais preocupações da população. A cada dia, pelo menos 15 pedidos de eliminação de focos do mosquito são feitos na Prefeitura de BH.

Um dos motivos é o temor da febre amarela, que também pode ser transmitida pelo vetor na área urbana. Segundo dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, 299 moradores pediram atenção especial para a prevenção e controle dos criadouros até 19 de janeiro. As solicitações são feitas pessoalmente, pela internet ou telefone. 

No ano passado, o apelo pelo combate ao mosquito deixou de integrar o grupo das dez principais demandas da população. Em 2018, retornou ao ranking como sétimo serviço mais pedido. A regional Centro-Sul ocupa o topo da lista, com 85 notificações.

Prevenção

Por enquanto, todos os casos confirmados de febre amarela em Minas são do tipo silvestre – transmitida por outro mosquito –, mas o risco não deve ser descartado, conforme reforça o diretor de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Eduardo Viana. 

“O último caso de febre amarela transmitida pelo Aedes foi nos anos de 1940. O que temos em termos teóricos é o que ele pode ser vetor de febre amarela. Então, temos que atuar na prevenção. Até porque a circulação do vírus está próxima. Já tivemos um macaco positivo em área urbana, em Venda Nova”, diz. Oficialmente, quatro belo-horizontinos contraíram o vírus, sendo que três morreram. 

Em meio aos riscos de todas as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a orientação é eliminar focos, segundo o infectologista Estevão Urbano. “E no caso de febre amarela, a vacinação é essencial”, acrescenta.

Foco 

Um dos locais com possíveis criadouros do mosquito na cidade fica no bairro Jardim Leblon, em Venda Nova. Em época de chuva, o córrego que corta a avenida Várzea da Palma transborda e deixa poças d’água na área. O espaço do entorno é da prefeitura, mas várias pessoas criam porcos e cavalos no local, além de descartarem lixo. “Ali fica puro foco de mosquito. Nessa rua, em todas as casas, alguém já adoeceu”, conta o morador César dos Santos, de 30 anos. Ele e a avó já tiveram dengue. 

Vistoria

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as gerências de Zoonoses e a Vigilância Sanitária da regional Venda Nova acompanham e monitoram o local. A última vistoria ocorreu em 25 de janeiro. Amostras das larvas foram enviadas para análise, mas foi constatada lá a presença de outro tipo de mosquito que não transmite doenças. 

Quanto aos animais que ficam na área, a Pasta informa que já notificou os proprietários dos porcos e tenta localizar os responsáveis pelos cavalos. Caso ninguém seja encontrado, a própria prefeitura fará a retirada dos bichos.Editoria de Arte / N/A

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por