(Cristiano Machado)
O recém-nascido foi levado para a UTI da Maternidade Odete Valadares, no Prado, Oeste de Belo Horizonte, e só teve alta com dois meses de vida. Nesse tempo, precisou do auxílio do Banco de Leite da unidade de saúde.
“Foi o que o salvou, porque eu não tinha leite”, diz Maria Aparecida Marciano Rodrigues, de 40 anos, mãe do garoto. Em casa, no bairro Vitória, região Nordeste da capital, Pedro Miguel continuou recebendo a doação até completar seis meses, o suficiente para chegar aos 5 quilos e 56 centímetros. Agora, aos oito, o pequeno esbanja saúde e vitalidade. “Está forte, pesando 6,5 quilos, e enchendo a casa de alegria”, comemora Maria Aparecida.
HISTÓRIA
Fundado em 19 de outubro de 1986, o Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares está prestes a completar 30 anos de dedicação a recém-nascidos em todo o Estado. Por mês, 1.400 mães recebem algum tipo de suporte. O atendimento será ampliado: três novos bancos serão inaugurados em Minas até o próximo ano.
“É um trabalho de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno. Captamos doadoras saudáveis e a prioridade é atender as crianças nascidas na maternidade. Mas há parcerias com outras unidades de saúde, que fazem a captação e nós dividimos o leite pela metade”, diz a psicóloga Maria Hercília Barbosa, coordenadora do banco.
Além da captação e doação, há outros tipos de atendimento, como orientações às mulheres com intercorrências no aleitamento materno, sobre a saúde de bebês prematuros e apoio psicológico. “Em Minas há 14 bancos de leite e o da Odete Valadares é o maior. É a referência e presta assessoria aos demais”, ressalta.
Na capital, os parceiros são os hospitais Odilon Behrens e Sofia Feldman. Há postos de captação espalhados pelo Estado, como em Ibirité (Grande BH), Curvelo, Pará de Minas e João Monlevade (Central).
CAPTAÇÃO
Segundo a psicóloga, todas as lactantes da capital que tenham leite de sobra e sejam saudáveis são doadoras em potencial. “As interessadas fazem um pré-cadastro e avaliamos as condições de saúde delas”.
Profissionais do Banco de Leite fazem a captação na casa da doadora. A própria mãe faz a extração e o material é colocado em frascos esterilizados fornecidos pela unidade de saúde. “São atendidas crianças prematuras, nascidas com menos de 36 de semanas”, explica a coordenadora.
A equipe comandada por ela é formada por 36 profissionais. São bioquímicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutrição e laboratório, nutricionistas e agentes de saúde.
Em média, uma lactante faz doações durante seis meses. Diante da atual baixa do estoque, devido à renovação do cadastro, o Banco de Leite necessita de mais doadoras. “Quando as mães voltam ao trabalho, elas têm que guardar leite para seus filhos”, explica Maria Hercília.
Contatos com o Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares podem ser feitos pelo telefone (31) 3298-6008