Banco de leite da maternidade Odete Valadares completa três décadas de socorro a crianças

Ernesto Braga
eleal@hojeemdia.com.br
16/10/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:14
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

O recém-nascido foi levado para a UTI da Maternidade Odete Valadares, no Prado, Oeste de Belo Horizonte, e só teve alta com dois meses de vida. Nesse tempo, precisou do auxílio do Banco de Leite da unidade de saúde.

“Foi o que o salvou, porque eu não tinha leite”, diz Maria Aparecida Marciano Rodrigues, de 40 anos, mãe do garoto. Em casa, no bairro Vitória, região Nordeste da capital, Pedro Miguel continuou recebendo a doação até completar seis meses, o suficiente para chegar aos 5 quilos e 56 centímetros. Agora, aos oito, o pequeno esbanja saúde e vitalidade. “Está forte, pesando 6,5 quilos, e enchendo a casa de alegria”, comemora Maria Aparecida.

HISTÓRIA
Fundado em 19 de outubro de 1986, o Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares está prestes a completar 30 anos de dedicação a recém-nascidos em todo o Estado. Por mês, 1.400 mães recebem algum tipo de suporte. O atendimento será ampliado: três novos bancos serão inaugurados em Minas até o próximo ano.

“É um trabalho de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno. Captamos doadoras saudáveis e a prioridade é atender as crianças nascidas na maternidade. Mas há parcerias com outras unidades de saúde, que fazem a captação e nós dividimos o leite pela metade”, diz a psicóloga Maria Hercília Barbosa, coordenadora do banco.

250 litros de leite humano são mantidos, em média, no estoque do banco, que neste mês está em baixa, com 200 litros

Além da captação e doação, há outros tipos de atendimento, como orientações às mulheres com intercorrências no aleitamento materno, sobre a saúde de bebês prematuros e apoio psicológico. “Em Minas há 14 bancos de leite e o da Odete Valadares é o maior. É a referência e presta assessoria aos demais”, ressalta.

Na capital, os parceiros são os hospitais Odilon Behrens e Sofia Feldman. Há postos de captação espalhados pelo Estado, como em Ibirité (Grande BH), Curvelo, Pará de Minas e João Monlevade (Central).

CAPTAÇÃO
Segundo a psicóloga, todas as lactantes da capital que tenham leite de sobra e sejam saudáveis são doadoras em potencial. “As interessadas fazem um pré-cadastro e avaliamos as condições de saúde delas”.

Profissionais do Banco de Leite fazem a captação na casa da doadora. A própria mãe faz a extração e o material é colocado em frascos esterilizados fornecidos pela unidade de saúde. “São atendidas crianças prematuras, nascidas com menos de 36 de semanas”, explica a coordenadora.

A equipe comandada por ela é formada por 36 profissionais. São bioquímicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutrição e laboratório, nutricionistas e agentes de saúde.
Em média, uma lactante faz doações durante seis meses. Diante da atual baixa do estoque, devido à renovação do cadastro, o Banco de Leite necessita de mais doadoras. “Quando as mães voltam ao trabalho, elas têm que guardar leite para seus filhos”, explica Maria Hercília.

Contatos com o Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares podem ser feitos pelo telefone (31) 3298-6008

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