Belo Horizonte na rota da cerveja artesanal

Danilo Emerich - Hoje em Dia
26/04/2014 às 08:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:18
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

O destaque nacional e internacional do polo cervejeiro artesanal de Belo Horizonte e região metropolitana criou uma nova tendência para o turismo. Roteiros de viagem que aliam “a sede com a vontade de beber” abriram as portas das fábricas para os visitantes. Eles podem conhecer a produção das cervejas, a história dos empresários, além de degustar as bebidas.
 
As excursões começaram de forma tímida em 2011, com um único organizador. Hoje, agências de turismo enxergaram a qualidade das microcervejarias e criaram roteiros exclusivos, acompanhados por um guia. Por sua vez, as fábricas adaptaram suas estruturas para receber os visitantes, instalando até bares temáticos e lojas para a compra de souvenirs.
 
Idealizador do tour, o cervejólogo e beer sommelier Rodrigo Lemos, disse que a ideia das visitas guiadas surgiu com a expansão da quantidade e qualidade das cervejas produzidas na região. “É algo natural. É um canal direto com o consumidor e o visitante conhece quem está por trás da produção. Esse turismo ainda está no início, mas a tendência é só crescer”, avaliou.
 
Potencial

Além de ser conhecida como a capital dos bares, BH também se destaca pela qualidade de suas cervejarias. Há duas semanas a cerveja tipo dubbel, da Wäls, produzida na Pampulha, ganhou a última edição da World Beer Cup, considerada a olimpíada da bebida.
 
Atualmente, o Estado possui 25 microcervejarias registradas no Ministério da Agricultura, 11 delas na Grande BH, conforme o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas).
 
Para o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Mauro Werkema, as excursões pelas cervejarias mostra a vocação da capital para a gastronomia. “Em 30 dias, lançaremos 16 roteiros turísticos, sendo um sobre as cervejas artesanais. Nosso papel é de divulgação e fomentação”, afirmou.
 
Já as agências de turismo apostam em visitantes de negócios para conhecer os roteiros cervejeiros. A diretora da empresa Libertas Receptivo, Fernanda Fonseca, que oferece o tour, disse que as visitas começaram no ano passado. “É uma estratégia diferenciada, que mexe com as experiências. É um mercado exigente e em crescimento, focado nesse tipo de turista”, disse.
 
Cervejarias se adaptam para turistas na Copa

De olho na Copa do Mundo, as cervejarias artesanais de BH e região metropolitana já esperam mais visitantes em junho. As visitas, que custam pequenas taxas (entre R$ 5 e R$ 20) e normalmente aos sábados, poderão ser expandidas para mais dias da semana.
 
Segundo o diretor da Krug Bier, Herwig Gangl, em duas semanas estará pronta uma obra na fábrica, dando mais conforto e segurança para o turista. A intervenção possibilitará visitas todos os dias. “Teremos uma área de degustação e caminho separado para ver todas as partes de produção”, adiantou. Ele considera benéfico o turismo nas cervejarias. “A região se mostrou propícia. Esse turismo incentiva as fábricas e fomenta a concorrência”, disse.
 
Expansão

Segundo o conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de MG (Abrasel) e tesoureiro da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (Acerva), Juliano Caldeira, vários roteiros devem ser criados a partir da Copa do Mundo. “Estamos tentando intensificar esse setor, incluindo bares e restaurantes, aumentando a clientela de todos”, afirmou.
 
O vice-presidente do SindBebidas e proprietário da cervejaria Falke, Marco Antônio Falcone, revela que a Secretaria de Estado de Turismo também sinalizou interesse em parcerias.

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