BH tem média de um ataque a monumento por dia em 2018

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
28/06/2018 às 19:55.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:04
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A destruição de uma das estátuas que representam as quatro estações, na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, por uma psicóloga de 45 anos, é um dos exemplos de que o patrimônio público da metrópole é constantemente alvo de vandalismo. Nos cinco primeiros meses deste ano, a Guarda Municipal registrou 185 ocorrências de dano e 27 de pichação desses monumentos. A média é de pelo menos um ataque por dia na capital.

A réplica de ninfa que foi destruída era de gesso branco e fazia parte do conjunto da praça, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Segundo a GM, o ataque ao monumento aconteceu por volta das 21h de quarta-feira. O caso foi descoberto graças às câmeras do Olho Vivo instaladas no local. 

Quando os agentes chegaram ao espaço, encontraram a suspeita sentada ao lado do que restou da estátua, que foi completamente danificada. Ainda de acordo com a corporação, a mulher balançava a cabeça repetidamente e dizia palavras sem sentido, além de apresentar as mãos machucadas em função dos socos que deu na peça. 

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Junto à psicóloga foi encontrada uma pequena quantidade de erva semelhante a maconha, informou a Guarda Municipal. Porém, somente exames poderão atestar se a mulher fez uso de algum tipo de substância entorpecente.

A mulher foi algemada e levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul. Não foram divulgados detalhes sobre a consulta médica. 

Depois, foi conduzida para a Central de Flagrantes (Ceflan) da Polícia Civil. Segundo a corporação, a suspeita foi presa em flagrante por dano qualificado. A pena prevista para o crime é de detenção de seis meses a três anos, além de multa.

na época da inauguração dos jardins do espaço público

Quatro estações

Parte do conjunto batizado de Quatro Estações, o monumento danificado faz alusão ao verão. O nome do artista que esculpiu as obras de arte não está identificado no inventário dos monumentos de Belo Horizonte.

No projeto arquitetônico do espaço público, planejado em 1924, constam duas ninfas e duas deusas. Além disso, existem tigres e leões.

Desde 2007, quando o local foi revitalizado, as peças originais, feitas de mármore branco de Carrara, foram levadas para o Museu de Artes e Ofícios, na região, e substituídas pelas atuais.

Segundo a prefeitura da capital, a Diretoria de Patrimônio da Fundação Municipal de Cultura (FMC) e o Iepha estão fazendo orçamentos para restaurar o conjunto arquitetônico, e a substituição da ninfa será incluída. Ainda não se sabe o valor do prejuízo. 

No ano passado, um dos leões esculpidos na mesma praça também foi depredado. Na época, a estátua foi retirada do pedestal por vândalos e destruída. Os responsáveis não foram identificados.

Veja o vídeo que mostra o monumento destruído:
 

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