BHTrans substituirá placas para reduzir custos com reposição e trocas

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
15/12/2017 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:15
 (Pedro Gontijo)

(Pedro Gontijo)

Furtos, acidentes de trânsito e vandalismo. Só no primeiro semestre deste ano, cerca de R$ 111 mil foram gastos para trocar ou repor mais de 620 placas de sinalização em BH por esses motivos. Para cada cinco placas instaladas na capital no período, uma estava sendo, na verdade, substituída. 

O alto gasto com a substituição, principalmente de placas indicativas, fez com que a BHTrans decidisse trocar o alumínio, material utilizado atualmente na confecção dos objetos, para o poliéster. 

No primeiro semestre de 2017, foram 323 placas reutilizadas, frente 114 no mesmo período do ano anterior

Conforme o diretor de sistema viário da empresa de trânsito, José Carlos Ladeira, as placas são muito visadas por serem atrativas para a venda. “Por isso, toda a nova sinalização desse tipo será de poliéster, um material plástico, que não é atrativo para comércio”, explicou. A mudança começará com as de indicação e de forma gradual, dependendo da necessidade de implantação. PEDRO GONTIJO / N/A

Estruturas das placas, quando atingidas por acidentes de trânsito, demoram a ser reparadas

Na avenida Nossa Senhora de Fátima, abaixo do viaduto para a Pedro II, região central da cidade, foi instalada uma chapa de poliéster, indicando a altura máxima. 

A diferença para as demais só é perceptível ao toque. Visualmente, a película refletiva é a mesma. No entanto, a placa precisou ser retirada do local para reparos. O preço e a durabilidade de ambos materiais, alumínio e poliéster, são os mesmos.Lucas Prates / N/A

Impacto de uma batida de carro virou a placa e a deixou em sentido contrário

Furtos

De acordo com Ladeira, os locais com maior incidência de furto são a região do Complexo da Lagoinha, toda a extensão da avenida Tereza Cristina, o início da avenida Antônio Carlos e a extensão do Arrudas. Para ele, o maior problema é que “custa uma fortuna para repor”. 

Segundo o engenheiro de transporte e trânsito e professor da Fumec Márcio Aguiar, além do preço, há repercussão no dia a dia, penalizando a circulação. Pedro Gontijo / N/A

Furto de placas é um dos problemas enfrentados pela BHTrans

Na Andradas, sentido Centro, no bairro Horto, um mastro está posicionado na parte central da pista, sem nenhuma sinalização. Conforme Ladeira, mesmo nesses casos, fica difícil identificar se foi mesmo furto, porque o registro que a BHTrans guarda é do projeto da via e não de cada placa especificamente. “Mas caso a fiscalização note que está faltando algo ali, volta com o planejamento em mãos e repõe”, explicou. 

No total, foram 3.128 placas implantadas até junho deste ano; um gasto de R$ 558 mil

Manutenção

Assim como o roubo, o vandalismo gera custos e problemas. Não é difícil ver, em pontos de ônibus e placas mais baixas, adesivos oferecendo serviços colados, muitas vezes tampando o que precisa ser lido, assim como pichações. 

“Nesses casos, mandamos para a oficina para lavar. Mas nem sempre é possível voltar para a condição adequada, e as placas precisam ser trocadas”, diz José Carlos Ladeira.Pedro Gontijo / N/A

Vandalismo custa milhares de reais em reparos

Sinalizações danificadas e em mau estado de conservação dificultam a circulação na cidade. “Placas que tenham alcançado o período de uso, e tornam-se ilegíveis, podem causar acidentes ou piorar a qualidade do tráfego”, afirma o engenheiro Márcio Aguiar. 

Sem reparo dos danos, vaivém do dia a dia é prejudicado

Em um giro por bairros da cidade, é possível identificar outros problemas relacionados à sinalização. 

No Complexo da Lagoinha, na avenida Nossa Senhora de Fátima, uma placa importante parece ter sofrido o impacto de uma batida de carro, embaixo do viaduto que dá acesso ao túnel da região. Com indicações de altura máxima e “saída”, a sinalização está no sentido contrário ao fluxo de veículos. 

Na rua Peçanha, no Carlos Prates, Oeste de BH, uma placa que indica retorno está tão velha e sem manutenção, que a leitura fica quase impossível e a rota pode passar despercebida.

Em alguns bairros, os problemas são recorrentes. “A população não pode esperar pelo reparo, e a manutenção não é tão ágil como deveria”, opina o especialista Márcio Aguiar.Pedro Gontijo / N/A

Tempo para conserto das placas não é ágil

 No entanto, segundo a BHTrans, não há um prazo médio ou mínimo para o conserto, mas que os realiza o mais rápido possível. “É fundamental a ação conjunta com a população, pois a cidade é muito grande e não há como os agentes estarem em todos os locais todos os dias”, informou a empresa em nota. A população pode registrar os locais com problemas pelo 156 ou no portal da autarquia.

A BHTrans sinalizou que vai realizar vistoria nos locais com problemas. “A PBH irá solicitar vistoria nos locais e providenciar a manutenção”, esclareceu. 

A estimativa é que tenham cerca de 197 mil placas instaladas em toda capital, número que cresce em torno de 3% ao ano. Além das mudanças relacionadas a furtos, acidentes e vandalismo, no primeiro semestre deste ano, cerca de 2.500 precisaram ser alteradas devido ao prazo de validade – quando não estão mais legíveis – ou a mudanças na regulamentação de circulação, ou estacionamento, por exemplo. 

  

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