'Bloco família', Baianas Ozadas ensaia para homenagear Carlinhos Brown neste Carnaval

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
20/01/2018 às 17:11.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:52
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Quando criou o Baianas Ozadas, em 2013, Geo Cardoso não imaginava os desdobramentos que o bloco viria a ter. Além de tornar-se um dos principais "blocões" do Carnaval de rua de Belo Horizonte — arrastando cerca de 500 mil pessoas no desfile do ano passado — o Baianas virou um "bloco família", em que pais, mães, filhos e filhas se misturam na folia. Foi isso o que se viu no décimo ensaio do bloco, que aconteceu neste sábado (20), no evento "Ozadia de Verão", aglutinando batuqueiros e foliões de todas as idades.  

"Nos últimos carnavais, a gente percebeu uma mudança muito grande de público. Com essa diversidade que marca o Carnaval de BH, com blocos carregando diferentes estéticas e bandeiras, vimos que o Baianas virou um bloco familiar", reflete Cardoso. "O que começou com uma brincadeira de um grupo de amigos vestidos de baianas, acabou ganhando esse caráter família. Os filhos vêm para a ala infantil (intitulada Os Baianinhas), enquanto o pai e a mãe tocam e dançam no bloco. Há vários casos assim na bateria", afirma.

A publicitária Liliane Lima, 44, é prova disso. Além de sair na ala de dança do Baianas, há quatro anos, ela está sempre acompanhada pelos filhos Henrique, de dois anos, e Sofia, de oito. "A Sofia toca desde os dois anos na ala infantil e o Henrique já foi para o Baianas na barriga. A gente adora o Carnaval", conta a mineira. "O Baianas é um bloco sempre muito animado e tranquilo, que dá para curtir com a família toda", completa. 

Desfile

Sobre o desfile deste ano, Geo Cardoso conta que o homenageado da vez é Carlinhos Brown, que completa quatro décadas de carreira em 2018. "O repertório é uma amostra da diversidade de Carlinhos. Tem músicas da carreira solo, composições dele para outros intérpretes, como Chiclete, Daniela Mercury, Ivete. Pega desde a MPB aos sucessos do axé, passando por composições ligadas ao sagrado baiano. É um leque bem aberto", afirma o carnavalesco.

Cardoso pontua, ainda, que o Baianas "enxugou" a  instrumentação da bateria, que deve sair com cerca de 120 batuqueiros neste ano. "É uma formação clássica de sambareggae, bem parecida com a do Olodum: repiques, caixas e surdos. Eliminamos agogô e xequerê para criar uma identidade estética que se aproxima dessa matriz baiana", afirma, lembrando o desafio dos blocos grandes de organizar as numerosas baterias. "O Carnaval cresceu e a bateria passou a ser um lugar de privilégio, virou quase um camarote andante. Por isso, muitos blocos, como o Baianas, começaram a reduzir as baterias pensando na qualidade e também num crescimento sustentável desse movimento", finaliza.

Festa

Após o ensaio, o "Ozadia de Verão" se transforma num happy hour, com apresentações d'Os Baianinhas, da banda do bloco Volta Belchior e da banda do Baianas Ozadas. No show, o Baianas recebe como o convidado o músico Wilson Simoninha, herdeiro da voz de Simonal e que é diretor do Acadêmicos do Baixo Augusta, maior bloco do Carnaval de rua de São Paulo. O evento vai até às 21h30, na Vila Albertini (rua Crista, 137, Santa Tereza) e a entrada custa R$ 30. 

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