Blocos buscam soluções para financiar desfiles

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
27/01/2017 às 20:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:36

Praticamente todos os grandes blocos de rua de Belo Horizonte precisam de carros de som para um desfile que divirta os foliões. Para conseguir arcar com os custos de aluguel dos equipamentos, os grupos contam com estratégias variadas. 

Pela primeira vez, os produtores contam com um edital de concessão de patrocínio para sonorização e contratação de artistas, lançado esta semana pela Belotur. Os valores vão de R$ 3 mil a R$ 10 mil. 

“O edital foi construído por meio da escuta. Fiz inúmeras reuniões, desde agosto, com os blocos. Vimos que a maior dificuldade é a sonorização. Então, conversamos com um patrocinador para oferecer uma opção que fosse na direção do interesse dos blocos”, afirma Gilberto Castro, diretor de eventos da Belotur. 

O bloco Unidos da Estrela da Morte foi um dos inscritos na concorrência pública. “Esta possibilidade foi muito importante para o nosso grupo, pois no ano passado usamos uma caixa de som e um microfone sem poder nos deslocar. Usamos a tomada do vizinho para ligar o aparelho”, afirma a organizadora Daniele Ayla.

As inscrições para o edital terminaram ontem, e como o certame saiu poucas semanas antes do Carnaval, muitos blocos já planejavam o financiamento do desfile com antecedência. Então Brilha, Garotas Solteiras, Havayanas Usadas, Tchanzinho Zona Norte e Juventude Bronzeada se reuniram para organizar a festa Sonoriza, que pretende arrecadar fundos para custear o carro que será compartilhado por eles ao longo do Carnaval.

O evento acontece no próximo sábado, na Serraria Souza Pinto, e conta com apresentações das baterias dos blocos participantes.

O mesmo encontro foi realizado no ano passado. “Conseguimos atingir a nossa meta e até ultrapassá-la. O dinheiro que sobrou foi doado para projetos sociais”, conta Marcela Pieri, organizadora da Juventude Bronzeada.

Ingressos
A maneira mais tradicional de um bloco levantar recursos para custear o desfile de Carnaval é com a realização de ensaios, que podem ser feitos em lugares fechados, com a cobrança de ingressos, ou em espaços abertos, “passando o chapéu” entre os frequentadores.

O bloco Me Beija que Eu Sou Pagodeiro levanta recursos por meio desses ensaios com entrada paga. Até o Carnaval, serão realizados mais cinco encontros, em localidades variadas. “As festas são importantes para a manutenção financeira do bloco, que não conta com outros patrocínios”, afirma Matheus Brant.

ALÉM DISSO

O bloco Beiço do Wando é exemplo de planejamento. Antes mesmo do primeiro desfile, no ano passado, no bairro Funcionários, região Centro-Sul, o grupo já articulava ações para levantar recursos para o aluguel de um carro de som. Em 2016, o gasto foi de R$ 15 mil, mas, para este ano, o planejamento prevê um investimento de R$ 20 mil a R$ 25 mil. “Fizemos vários eventos, como uma festa junina em um momento em que ninguém falava de Carnaval. Em outubro, já tínhamos uns R$ 5 mil em caixa”, diz o organizador Guilherme Lopes. Segundo ele, a venda de camisas é a principal alternativa. A intenção é vender 600 blusas até o desfile, marcado para 26 de fevereiro. A expectativa de público é de 20 mil pessoas.

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