Blocos de rua unidos contra brigas e depredações no Carnaval

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
26/01/2017 às 20:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:35

Com a evolução do diálogo com o poder público e o lançamento de um edital de patrocínio para blocos de rua feito pela Prefeitura de Belo Horizonte, o financiamento dos desfiles deixou de ser o maior desafio para os organizadores do Carnaval da capital. A maior demanda hoje, segundo alguns dos grandes blocos de rua, é a conscientização dos foliões sobre o cuidado com a cidade e com as pessoas, tanto durante a festa momesca quanto nos ensaios pré-carnavalescos.

Na edição de ontem, o Hoje em Dia mostrou que confusões em eventos de preparação para a folia têm preocupado organizadores e polícia. Há casos de som alto, assaltos e sujeira em locais onde alguns blocos ensaiam. Para evitar registros como depredação e brigas, os organizadores da folia se unem para uma festa pacífica. 

“O grande desafio é como fazer a população entender que o Carnaval é feito por todos, que todo mundo tem responsabilidade de cuidar da cidade. Nem sempre as pessoas têm essa noção de pertencimento”, diz Renata Chamilet, produtora do bloco Chama o Síndico. 

O Juventude Bronzeada busca a conscientização por meio de postagens nas redes sociais. “Além das ações que fazemos no Facebook nas semanas que antecedem o Carnaval, também conversamos com o público durante o desfile por meio do microfone”, afirma Marcela Pieri, produtora do bloco, que deve receber 50 mil pessoas durante a festa neste ano.

Segundo ela, muitos blocos preferem fazer os ensaios nas ruas para envolver a população. Mas isso demanda desafios que não gerem impacto na cidade. “O Juventude Bronzeada conseguiu o fechamento da rua Aarão Reis (Centro) para o ensaio. Também estamos negociando com a Belotur a possibilidade de ter banheiros químicos durante a preparação para o Carnaval”.

Com o crescimento da festa em BH, Di Souza, vocalista do bloco Então Brilha, acredita que o desafio é manter o entendimento das pessoas sobre a essência da festa. “Nosso Carnaval é político, de ocupação do espaço público, com cada bloco levantando uma bandeira. Como houve uma expansão, é comum recebermos muitas pessoas que veem os blocos apenas sob o olhar festivo”.

Houve mudanças no Então Brilha para este Carnaval. Os ensaios não são divulgados e a bateria foi reduzida pela metade para um melhor andamento do desfile.

Apoio

Para Gilberto Castro, diretor de eventos da Belotur, além do folião, a população em geral deve se conscientizar que a folia é uma realidade. “As pessoas precisam entender que vão conviver com esse evento. Recebemos vários ofícios com reclamações, especialmente dos bairros mais nobres”.

Ele explica que a Belotur tem feito reuniões individuais com os blocos. Os que comunicam os ensaios, recebem ajuda de limpeza e fechamento de trânsito. “O Tchanzinho Zona Norte nos solicitou e demos apoio a um ensaio que reuniu cerca de mil pessoas”. Editoria de Arte 

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