Boliviano pode ter sido vítima de agressão de skinhead mineiro

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
16/04/2013 às 13:36.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:52

A delegacia de especializada em crimes cibernéticos apura a associação de um grupo de pessoas em Belo Horizonte que seriam membros de uma associação com ideologia nazista e racista. Um dos casos investigados é uma suposta agressão que teria sido cometida por Antônio Donato Baudson Peret, de 25 anos, contra um boliviano na capital mineira. Isso porque, em uma das postagens, Donato se exaltava para os amigos da rede social contando detalhes da agressão ao estrangeiro.

De acordo com um trecho do inquérito, ao qual o Hoje em Dia teve acesso, Donato postou em seu perfil:

"HOJE EU GANHEI MEU DIA LOGO CEDO! Saindo do treino esbarro um boliviano todo camuflado com a bandeira de Israel estampada de todo tamanho na camisa! Não deu outra, tomou um apavoro e porrada! Quando começou a gaguejar mal sabendo pronunciar nossa língua porturguesa" (sic).

Donato foi preso no último domingo (14) em Americana, no interior paulista, quando visitava a namorada. A Polícia Civil suspeita de que ele tenha encontrado com Marcus Vinicíus Garcia Cunha, de 26 anos, também preso por formação de quadrilha e racismo, em São Paulo. Eles teriam ido juntos a um show de uma banda de rock integrante do movimento "Rock Against Communism" (RAC), mas Cunha teria retornado à capital mineira primeiro. 

Ele foi preso em casa, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A mãe dele foi quem abriu a porta da residência para os policiais civis. Cunha dormia quando foi abordado pelos policiais, que o informaram sobre o mandado de prisão.

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A delegada Paloma Boson explicou que a investigação sobre o caso do trio começou há uma semana, após divulgação na imprensa do caso de agressão a um morador de rua. "Reunimos essas postagens e estamos avaliando qual era a ligação deles com outros grupos que incitavam o racismo nas redes sociais", afirmou. Outras pessoas também estão sendo investigadas, mas não tiveram as identidades reveladas pela polícia.

João Vetter, de 20 anos, também foi preso provisoriamente por formação de quadrilha e racismo. Ele não tem nenhuma passagem pela polícia, mas é investigado por ter feito comentários de cunho racista no Facebook. Na casa dele, os policiais encontraram várias fardas do Exército Brasileiro, facas, um livro com a biografia de Hitler e armas brancas.

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