privado do filho.
Agora, cabe ao STF encaminhar o parecer da sessão ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que deverá estipular prazo para a volta do goleiro ao sistema prisional.
Bruno estava solto desde o fim de fevereiro, quando ganhou liberdade e acertou vínculo com o Boa, que disputa a segunda divisão do Campeonato ineiro. A contratação gerou polêmica em Varginha, no Sul de Minas, e no futebol brasileiro, dividindo opiniões. O clube, porém, sofreu com a perda de
patrocinadores, que rejeitaram o reforço.
Na breve passagem de Bruno pelo clube, o Boa obteve duas vitórias e dois empates e sofreu uma derrota. Nestes cinco jogos, o goleiro, que se destacou nacionalmente com a camisa do Flamengo antes de ser preso, sofreu quatro gols com a camisa da equipe mineira.
Por maioria de votos, a Primeira Turma do STF decidiu não referendar a liminar que havia sido concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello no dia 21 de fevereiro deste ano. Ao analisar o caso, Marco Aurélio considerou o fato de o jogador possuir bons antecedentes, além de destacar que o recurso
apresentado pela defesa ainda não havia sido apreciado pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
"Não podemos julgar a partir do clamor social. Se fizermos uma pesquisa hoje, vamos ver que a sociedade está indignada com a corrupção que assola o país e quer sangue, vísceras, e não o devido processo legal", disse Marco Aurélio Mello.
Os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Luiz Fux votaram a favor de mandar de volta para a prisão o goleiro, conforme havia sido pedido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro Luís Roberto Barroso não compareceu à sessão.
Em 2013, o Tribunal do Júri da Comarca de Contagem (MG) condenou Bruno pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho. O goleiro foi solto com a liminar de Marco Aurélio Mello, após cumprir seis anos e sete meses de detenção em regime fechado.
"O próprio corpo de jurados assentou a crueldade do crime, a impossibilidade de defesa da vítima, a tortura, as mutilações e as degradações do corpo e o pior, da memória, já que o corpo não foi encontrado", ressaltou Luiz Fux. "Estamos diante de um crime hediondo. Não se dá liberdade provisória a crime hediondo, são fatos gravíssimos. Casos como esse merecem um tratamento diferenciado", concluiu.
Bruno foi preso em 2010, quando ainda tinha vínculo com o Flamengo. Ele jogou a sua última partida pelo time carioca em junho daquele ano. O contrato com o clube rubro-negro acabou sendo encerrado somente em 2012.
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