Câmeras do "Olho Vivo" irão ajudar identificar outros envolvidos em "rolezinho dos motociclistas"

Renata Galdino - Hoje em Dia
10/02/2014 às 18:44.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:56
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

As câmeras do Olho Vivo instaladas no Centro de Belo Horizonte serão aliadas do Departamento de Trânsito (Detran) para identificar outros envolvidos no que ficou conhecido como “rolezinho dos motociclistas”, realizado na madrugada do último sábado (8). O passeio teria sido marcado pelas redes sociais. “Também estamos monitorando para evitar casos semelhantes”, afirmou o delegado Ramon Sandoli, responsável pelas investigações.    No fim de semana, cerca de 300 motociclistas, segundo a Polícia Militar (PM), participavam de um movimento na capital, onde foram abordados após a constatação de que a maioria estava dirigindo na contramão, fazendo manobras arriscadas e ultrapassando sinal vermelho. “Não temos registro de fato semelhante em BH”, enfatizou Sandoli.   Muitos dos encaminhados pela PM ao Detran, no sábado, saíram das regiões Norte e Nordeste, como o motoboy Dijon Ricardo de Oliveira, de 29 anos. O grupo passou por diversos bairros, como Cachoeirinha, Santa Cruz e Fernão Dia. Ele não nega ter participado do encontro, mas afirma que não estava no grupo de arruaceiros.   O motoboy foi multado e teve a motocicleta apreendida até a próxima segunda-feira. “Sai do Floramar (região Norte) com mais quatro amigos. Ficamos sabendo de boca a boca, nada de redes sociais. Participei desse encontro pela primeira vez, mas sei que arruaceiros também vão. Parei na blitz no Centro porque eu tinha a certeza de que não estava errado”, justificou.    Nesta segunda-feira (10), ele chegou ao Detran às 7h30 para pegar as guias que teria que pagar para reaver a motocicleta. O custo total foi de R$ 600. “Disseram que poderíamos pagar as despesas de remoção do veículo e diária no pátio, e retirar a moto hoje, mas fui informado de que ela ficará retida”, disse.    Das 38 motocicletas apreendidas, seis estavam regularizadas e foram liberadas. Uma tinha sido roubada e o condutor dela foi preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, região Oeste da capital. “Como não soube explicar como uma moto roubado foi parar na mão dele, ele poderá pegar de um a quatro anos de cadeia por crime de receptação”, explicou o delegado.   Vinte e sete veículos ficaram apreendidos por dez dias por causa da direção perigosa. Os condutores desses poderão ser punidos de seis meses a um ano de prisão. Outros quatro serão retidos no pátio do Detran por 20 dias, uma vez que estavam sendo conduzidos por pessoas inabilitadas. Por esse crime, os infratores poderão pegar de seis meses a três anos de reclusão. “A partir de agora vamos qualificar criminalmente cada um. Ou seja, a pena poderá ser maior”, ressalta Ramon Sandoli.   Muitos dos motociclistas que estavam no Detran nesta segunda-feira repudiaram a associação do encontro ao termo "rolezinho". "O que queríamos era encontrar os amigos, comer alguma coisa e, depois, voltar para casa. Rolezinho tem a ver com arrastão. Não era a nossa proposta", disse o motoboy e mecânico Bruno Sousa.    

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