Caça-níquel transformado em plataforma de ensino no Vale do Mucuri

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
30/12/2014 às 09:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:31
 (UFVJM / DIVULGAÇÃO)

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Máquinas de jogos de azar apreendidas em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, estão ganhando um novo destino. Ao invés de serem destruídas, elas são transformadas em instrumentos para educar. A iniciativa é de alunos e professores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), beneficiando especialmente crianças carentes da região. Os jogos montados para testes são voltados para os ensinos Fundamental e Médio.   Coordenado pelo professor Wederson Marcos Alves, o projeto é desenvolvido por quatro alunos dos cursos de matemática, engenharia civil e ciência e tecnologia. “Isso foi possível porque as máquinas possuem os mesmos componentes de um computador”, observa Antenor Oliveira, um dos estudantes envolvidos.   De acordo com ele, é necessário fazer uma triagem do material que pode ser reaproveitado e checar o hardware do caça-níquel. “Após a análise, remontamos a máquina e a formatamos por meio do sistema operacional Ubuntu, de código aberto, construído a partir do Linux”, explica o aluno. Seis caça-níqueis são necessários para a montagem de quatro plataformas educacionais.    Interesse   Outro passo é mudar o layout externo para que o novo produto desperte a atenção das crianças. Os inventores acreditam que, remontadas, as máquinas ajudarão na educação de estudantes do Mucuri e Jequitinhonha, regiões pobres onde a maioria das escolas não possui laboratórios de ciências.   “Elas contribuirão para a qualidade do ensino, principalmente no uso do lúdico. Esperamos ter alunos mais interessados em participar da aula, trazendo avanços na capacidade de raciocínio lógico, melhoria na relação ensino-aprendizado e na relação professor-aluno”, frisa Antenor.   As pesquisas com os caça-níqueis começaram em 2012. A ideia surgiu dentro de um outro projeto onde se utilizava lixo na construção de aparatos educacionais, como jogos e brinquedos. Para 2015, a intenção é ampliar a iniciativa. “A ideia é entregar pelo menos uma plataforma educacional em cada uma das escolas da região e tornar o projeto contínuo”, enfatiza o professor Wederson.

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