'Caixa-Preta da BHTrans': Auditores recolhem documentos para analisar contas de empresas de ônibus

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
18/07/2018 às 16:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:28
 (Hoje em Dia)

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A “abertura da caixa preta” da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), prometida durante campanha eleitoral pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), está mais próxima de sair do papel. Foram reunidos cerca de 5 mil documentos das 40 empresas de ônibus atuantes na capital e entregues na terça-feira (17) à gestão municipal. Até o final de outubro, os papéis serão analisados e a auditoria finalizada. Dependendo do resultado, uma redução do valor das passagens não é descartada.  

Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, os trabalhos foram iniciados pela empresa vencedora da licitação há três meses. “Passou a fase mais complicada e agora começa a verificação das receitas, investimentos, gastos das concessionárias. Eles vão emitir um relatório de demonstração contábil e depois vão fazer um estudo com tudo o que acontece na parte financeira das empresas”, explicou em coletiva na tarde desta quarta-feira (18). Antes de outubro, ocorrerão audiências públicas para que a população acompanhe o processo de verificação de contas das concessionárias de ônibus. 

Quatro consórcios gerenciam as 40 empresas, com contratos de 20 anos. Mais do que identificar possíveis fraudes ou erros nas contas apresentadas, a auditoria servirá para criar um padrão de apresentação de dados por parte dos grupos. 

Segundo o presidente da empresa responsável pela consultoria, Roger Maciel, o acesso aos documentos foi facilitado pelas empresas. Como a primeira etapa, que seria a mais trabalhosa, ocorreu dentro do prazo, a expectativa é que não haja necessidade de aumento do prazo para a entrega da avaliação final, nos próximos quatro meses. 

O presidente da BHTrans, Célio Bouzada, garante que a medida trará maior transparência ao processo de definição tarifária. Ele lembrou que o último reajuste, previsto para dezembro de 2017, não aconteceu justamente pelas dúvidas sobre as receitas e gastos das empresas. Ele explica que ainda é cedo para falar em fraude, uma vez que se algo tivesse sido comprovado alguma atitude teria sido tomada. Mas, segundo ele, caso algum erro seja comprovado, o consumidor poderá ser ressarcido por meio de redução das tarifas. "É preciso lembrar que o senhor prefeito assumiu o compromisso que o reajuste de tarifas só seria realizado após a auditoria, tanto que em dezembro não teve reajuste. A partir desses estudos, vai ser definido o reajuste necessário, se houver, tendo como hipótese a redução também", disse. 

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) disse ter expectativa de que a auditoria seja concluída o mais rápido possível. 

  

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