(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Os caminhoneiros continuam protestando contra o aumento do preço do diesel nas principais rodovias que cortam Minas Gerais, nesta terça-feira (22). Desde a madrugada da segunda (21), os manifestantes estão liberando a passagem apenas de veículos de passeio e motocicletas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o protesto acontece nas BRs 040, 116, 251, 262, 365 e 381.
As manifestações seguem no segundo dia não só em Minas, mas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. De acordo com a Associação Brasileira de Caminhoneiros, a categoria cobra a redução de impostos, como os cobrados sobre o óleo diesel, reivindicando a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Os caminhoneiros já previam uma paralisação na última semana caso as reivindicações não fossem atendidas pelo governo federal. A Petrobras disse que o valor acompanha as variações do mercado internacional e os ajustes do valor podem ou não refletir para o consumidor final, dependendo dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor supera a inflação acumulada no ano, de 0,92%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Ministros e Petrobras discutem alta no preço dos combustíveis
Pelo segundo dia consecutivo, a alta no preço dos combustíveis é tema de reuniões em Brasília. Os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas Energia, Moreira Franco, têm encontro marcado hoje com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, para uma conversa técnica sobre o assunto.
Ontem, no final da tarde, o presidente Michel Temer convocou uma reunião de emergência para tratar do mesmo tema com os ministros Moreira Franco (Minas e Energia), Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, no Palácio do Planalto.
Também ontem a Petrobras informou que deverá elevar os valores do diesel em 0,97% e os da gasolina, em 0,9% nas refinarias a partir de hoje. Na semana passada, houve vários reajustes de preço nas refinarias.
Há discussões no governo sobre a possibilidade de redução da cobrança de tributos sobre os combustíveis. Existem situações em que a composição de impostos supera 40% do valor final do preço.
Padilha disse que o governo estuda uma forma de tornar os preços dos combustíveis mais “previsíveis”.
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