(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
A fim de se preparar para a Copa do Mundo de 2014, Belo Horizonte se tornou um gigantesco canteiro de obras. No entanto, a maior parte das intervenções de mobilidade urbana e no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região Metropolitana, não estará pronta até a Copa das Confederações, entre 15 e 30 de junho do ano que vem. O torneio é considerado um teste para o campeonato mundial.
Das 12 obras de infraestrutura previstas na Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo, apenas quatro estarão concluídas até o primeiro semestre de 2013: o Mineirão, o Boulevard Arrudas/avenida Teresa Cristina e os BRTs da avenida Cristiano Machado e da região central.
Transtorno
Assim, o turista que vier à capital mineira ano que vem encontrará parte da cidade ainda em “construção” e pode ter que encarar reflexos das obras, como o trânsito congestionado que castiga os belo-horizontinos.
Se os primeiros prazos tivessem sido cumpridos, a situação seria inversa: nove das 12 obras estariam prontas. Apenas as intervenções no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, não seriam entregues a tempo da Copa das Confederações.
Rumo ao estádio
Uma das mais importantes obras para receber os megaeventos internacionais é o BRT na avenida Antônio Carlos/Pedro I, principal ligação com o Mineirão. A previsão inicial de entrega era no mês passado. A estimativa agora é a de que ela só seja concluída em outubro do ano que vem, ou seja, quatro meses após a Copa das Confederações. Durante a disputa, a capital mineira sediará três jogos.
As datas dos cronogramas e os valores estão no sítio eletrônico de transparência da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo o órgão federal, as informações sobre o andamento das obras são de responsabilidade dos executores, obrigados pelo Decreto 7.034/2009 a enviar os dados. No caso de mudança de prazos, a atualização deve ser feita em até dez dias úteis.
Sem resposta
Em Belo Horizonte, as oito intervenções de mobilidade são tocadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), enquanto a ampliação do aeroporto de Confins é de responsabilidade da Infraero e a reforma do Mineirão, da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa (Secopa). Procurado pelo Hoje em Dia desde a última terça-feira para comentar o assunto, o Comitê Executivo da Copa do Mundo, de âmbito municipal, não retornou até o fechamento desta edição.
Especialista critica ‘maquiagem’
Para a presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em Minas Gerais (IAB-MG), a urbanista Rose Guedes, as obras não deveriam ser realizadas apenas em virtude das copas. Para ela, isso causa má-impressão aos turistas. “Os planejamentos deveriam ser feitos antes. A cidade vai passar no teste, mas com dificuldade”.
De acordo com Rose, muitos hotéis não ficarão prontos e não há pessoal qualificado nem poliglotas suficientes. “Falta até planejamento turístico para cartões-postais como a Praça da Liberdade, de forma permanente”, diz.
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