Carnaval inclusivo com o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo

Ana Cláudia Ulhôa
aulhoa@hojeemdia.com.br
26/02/2017 às 11:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:43

Não importa sexo, idade, religião, posicionamento político ou qualquer outra coisa. O objetivo do bloco Todo Mundo Cabe no Mundo é fazer o Carnaval mais democrático de Belo Horizonte.

Concentrado na rua Piauí, no Santa Efigênia, região Leste da capital, o bloco foi criado há apenas dois anos pelo artista plástico Marcelo Xavier e parece já ter conseguido alcançar sua meta.

Quem chega no ponto de encontro dos foliões se depara com pessoas de todos os perfis. A aposentada Maria do Carmo de Menezes, de 66 anos, por exemplo, que tem atrofia cerebelar, uma doença que tira os movimentos do corpo de forma progressiva e não tem cura, era uma das mais animadas.

Ela descobriu a doença há oito anos, mas faz questão de manter a alegria e comemorar a folia que tanto ama. "Eu adoro Carnaval, sempre gostei. Ano passado eu vim aqui também e esse ano está melhor ainda. Gosto daqui pela proposta, porque todo mundo vem fantasiado e não é tão cheio", conta.

Outras pessoas que estavam fazendo a festa eram a socióloga Wanja Ribeiro, de 52 anos, e sua família. Ela trouxe a filha que tem diabetes desde os quatro anos de idade, e o marido portador de esclerose múltipla.

Wanja disse que quando ouviu falar do bloco não pensou duas vezes e decidiu prestigiá-lo. "Aqui o bloco é de inclusão e eu queria trazê-los pra ver se eles animavam. É importante que eles possam ver que existem outras pessoas com uma realidade similar a deles, mas que não é isso que os define".Lucas Prates / N/A

Bloco tem caráter inclusivo

Política

O Todo Mundo Cabe no Mundo também defende a democracia em seu aspecto político. Para este ano, o bloco mandou confeccionar centenas de adesivos de "Fora Temer" para distribuir para os foliões.

Muitos dos que compareceram à rua Piauí fizeram questão de marcar o seu posicionamento em relação às políticas nacional e internacional. As irmãs Lúcia Lamounier, de 52 anos, e Heloísa Lamounier, de 53, foram com diversos adesivos com mensagens políticas colados em suas fantasias de guerrilheira cubana e baiana.

"Estamos aqui primeiro pra dizer 'Fora, Temer'. Viva a democracia, porque só ela pode oferecer igualdade entre as pessoas. Segundo, para homenagear as mulheres e falar que elas são maravilhosas em todas as atividades que desenvolvem", afirmou Lúcia.

  

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