Casamento gay aumenta 80% e mulheres têm filhos cada vez mais tarde, mostra IBGE

Renata Evangelista*
rsouza@hojeemdia.com.br
24/11/2016 às 23:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:48

Pessoas do mesmo sexo casando cada vez mais, mulheres adiando o sonho de ser mãe, queda nos divórcios e aumento da guarda compartilhada dos filhos. As diferentes constatações de um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam avanços e mudanças no comportamento dos mineiros, superando, em alguns casos, os dados registrados no restante do país.

No Brasil, a união entre gays cresceu 51% de 2013 a 2015. Em Minas, o salto foi ainda mais significativo: 80%. No ano passado, 378 casais homossexuais foram aos cartórios para oficializar os laços, mostra a pesquisa divulgada ontem.

O levantamento ainda indica que, tanto no país quanto no território mineiro, as mulheres são as que mais oficializam as relações gays. No Brasil, do total de 5.614 casamentos, 2.986 foram entre mulheres. 

Juntas há três anos, as estudantes de medicina Mariana Mendes, de 27 anos, e a companheira Paula Antunes, de 25, optaram por oficializar a união há sete meses. Para elas, a decisão é importante porque traz benefícios, mas o maior ganho é outro. “Essa é uma forma de sermos mais respeitadas. Família, amigos e colegas apoiaram. No cartório também fomos muito bem recebidas, com naturalidade”, conta.

GRAVIDEZ
Conforme a pesquisa, as mineiras tornam-se mães mais tarde e o fenômeno da gravidez na adolescência tem diminuído no Estado. Os partos realizados em mulheres com idades de 30 a 34 anos subiram nos últimos dez anos, saltando de 16% em 2005 para 22% no ano passado. Em contrapartida, o número de adolescentes grávidas caiu de 19,9% para 14,8%, no mesmo período, percentual que fica abaixo da média nacional, que é de 16,8%.

Nascimentos relativos a grupo de mulheres com 30 a 34 anos estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste

Para o professor do departamento de Ciências Sociais da PUC Minas, Ricardo Ribeiro, o dado da gravidez tardia representa uma mudança cultural. Para ele, os casais passaram a priorizar outros fatores. “Atualmente, a primeira preocupação é com a carreira profissional e estabilidade financeira”, explica.

A gravidez depois dos 30 foi a escolha da servidora pública Ana Carolina Carvalho, de 36 anos. Casada há quase uma década, ela e o marido optaram por estudar e comprar uma casa antes da chegada do primeiro filho, o pequeno Mateus.
“Não me arrependo. Olhando pelo lado financeiro foi uma boa escolha esperar uma melhor estabilidade”, afirma.

MORTALIDADE INFANTIL

A mortalidade de crianças menores de um ano, importante indicador de desenvolvimento social, vem em escala decrescente no Brasil e atingiu o menor nível em 41 anos. Em 2015, a morte de bebês menores desta faixa etária representou 2,5% de todos os óbitos do país. Dez anos antes, em 2005, esse percentual era de 4%. Em 1974, a morte de bebês com essas características chegava a 28% do total. Se consideradas crianças menores de 5 anos, a taxa aumentava ainda mais, para 35,6%. A pesquisa lista alguns fatores que ajudaram na queda, todos relacionados à melhora da qualidade de vida e ampliação ao acesso a serviços básicos e de saúde no Brasil. (Com Mariana Durães e agências).

  

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