Casos de gripe e resfriado não devem ser subestimados

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
24/03/2016 às 20:35.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:38
 (Divulgação)

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Com o surto de H1N1 registrado em algumas cidades de São Paulo, dois meses antes do esperado, especialistas alertam: casos de gripes e resfriados não devem ser subestimados pela população.

“As pessoas tendem a não dar tanta ou quase nenhuma importância para essas doenças. No entanto, elas podem evoluir para enfermidades mais graves, como pneumonia, e até levar à morte”, enfatiza Luís Fernando Andrade, diretor do Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte.

Coordenador da Clínica Médica da Rede Mater Dei de Saúde, também na capital mineira, o médico Andrés de La Flor chama a atenção para uma prática comum no Brasil que acaba espalhando o vírus e fazendo mais doentes.

“Em alguns países, a pessoa gripada ou resfriada não é bem vista se vai trabalhar, pois corre o risco de contaminar os colegas com o vírus. Aqui no Brasil é diferente. Mesmo doentes, as pessoas não se ausentam do local de trabalho, desconsiderando que podem transmitir a doença para os outros”.

Grupos de risco – como crianças, gestantes e idosos – devem tomar a vacina, recomendam os especialistas. “Muitos pacientes relatam que foram imunizados, mas depois ficaram gripados. Porém, a vacina tem uma função ainda maior, que é prevenir as complicações da gripe”, explica Andrés de La Flor.

Antes da hora

Foi por causa do surto de gripe que São Paulo antecipou neste ano, com lotes de 2015, a campanha de vacinação em 67 cidades, principalmente as localizadas no Noroeste do Estado. A região é a que mais registrou casos de H1N1, inclusive com óbitos. Até a última quarta-feira, foram 15 mortes.

Grupos de maior risco, como idosos, gestantes, profissionais de saúde, portadores de doenças crônicas e crianças de seis meses a 4 anos estão recebendo a vacina.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, pouco mais de 388 mil pessoas estão nessas condições. A meta é atender 80% desse público. A aplicação prossegue até o dia 8 de abril.

As mesmas pessoas devem voltar a ser imunizadas na campanha nacional, que começa em 30 de abril. Isso porque são tipos diferentes de vacina.

Numa estratégia para evitar que outros pacientes sejam contaminados pelo vírus H1N1, alguns hospitais particulares de São Paulo criaram alas específicas para o atendimento a infectados.

*Com agências

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