Centenas de pessoas protestam em BH contra e a favor à prisão de Lula um dia antes de julgamento

Luciana Sampaio Moreira e Mateus Rabelo*
portal@hojeemdia.com.br
03/04/2018 às 19:08.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:09
 (Juliana Rocha/Divulgação)

(Juliana Rocha/Divulgação)

Centenas de pessoas ocuparam as ruas do Centro de Belo Horizonte, na noite desta terça-feira (3), para protestos contra e a favor à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista, condenado em 2ª instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pode ser preso nesta quarta-feira (4), caso o Supremo Tribunal Federal (STF) não acate o pedido de habeas corpus preventivo feito pela defesa de Lula. Os advogados do ex-presidente pedem que ele responda em liberdade ao processo referente ao caso triplex, no qual foi condenado, até o fim de todos os recursos.

Na praça Afonso Arinos, dezenas de manifestantes da CUT e outros movimentos sociais reivindicaram o que eles julgam ser o cumprimento da Constituição Federal, pedindo a aprovação do habeas corpus preventivo de Lula pelo STF. Com bandeiras do Brasil, do PT e da CUT, os manifestantes afirmam, ainda, mais uma vez, que o Brasil viveu um golpe em 2016 e desde então Lula vem sendo perseguido.

A funcionária pública Maria Gorete de Araújo Moreira disse que a defesa da democracia depende do julgamento do STF. "O Brasil perdeu a sua cidadania. Temos que reverter isso. Lula livre", disse.

Já na praça da Liberdade, o protesto foi a favor da prisão de Lula. No local, centenas de pessoas pediram a prisão após a condenação em 2ª instância, como está prevista em lei. Vestidos de verde e amarelo e com camisas da Seleção Brasileira, o grupo também protestou contra a conduta do STF em abrir a possibilidade de votação para aceitar ou não o habeas corpus do ex-presidente. 

No meio da multidão, Eduardo Rezende Gomes, 37 anos, disse que Lula tem que ser preso e que a prisão em 2ª instância deve ser mantida. O coordenador do Movimento Brasil Libre (MBL) em Minas Gerais, Ivan Gunther, estima que 6 mil pessoas participaram do ato na praça da Liberdade.

Protestos pelo país

Além de BH, manifestantes se reuniram em diversas prtes do país. Em São Paulo, a Avenida Paulista ficou fechada para o trânsito da altura da Alameda Campinas até a Ministro Rocha Azevedo Alves. Manifestantes começam a se reunir próximo ao caminhão do Vem Pra Rua, na altura da rua Pamplona e em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Também teve um caminhão do Movimento Brasil Livre (MBL) em frente ao Masp. Houve faixas em apoio à Operação "Lava Jato" e pedindo a prisão de Lula. O protesto durou três horas.

O partido Novo convocou seus filiados para participarem dos atos desta terça-feira. O presidenciável da sigla, João Amoedo, esteve na manifestação no Rio. Os atores Victor Fasano, Luana Piovani e Carlos Vereza também participaram do ato em Copacabana, organizado pelo movimento Vem Pra Rua. "Estamos fazendo o nosso papel de pressionar o Supremo", afirmou uma das organizadoras do evento, Adriana Baltazar, na avenida Atlântica.

Em Brasília, manifestantes ergueram mais cedo um boneco inflável do juiz Sérgio Moro vestido de super-herói na área da Biblioteca Nacional. Muitos se abrigaram da forte chuva que caiu na capital federal em marquises de ministérios. A Secretaria de Segurança do DF informou que houve cerca de 1,5 mil manifestantes em frente ao Congresso Nacional.

Em Goiânia, cerca de mil pessoas participaram do protesto, organizado pelo movimento Vem Pra Rua - Goiás. Os participantes ostentavam, em sua maioria, cartazes, bandeiras do Brasil e camisas da seleção brasileira. Em um carro de som, as lideranças bradavam palavras de ordem, que eram correspondidas por gritos dos presentes.

"Foro privilegiado não! STF, respeite a lei! Nenhum réu é especial. Não temos bandidos de estimação, não é isso, gente? Prendam todos!", bradavam. Alguns motoristas ao volante, nas imediações do evento, acatavam e respondiam com buzinaço.

Já em Curitiba, duas mobilizações reuniram cerca de 5 mil pessoas e foram organizadas pelos movimentos Vem Pra Rua, Brasil Livre (MBL) e Lava Togas. A expectativa inicial era de reunir cerca de 3 mil pessoas, mas no começo da noite, as manifestações começaram a atrair pessoas que saíam do trabalho e os organizadores chegaram a estimar a presença de 18 mil pessoas - o que não correspondeu às observações da Polícia Militar.

Para o coordenador do MBL no Paraná, Júnior Ramos, o mais importante é a mensagem que os atos em todo o Brasil pretendem passar à Justiça: "Não só Lula, mas vários outros vão acabar saindo da prisão e pode complicar ainda mais a situação da Lava Jato. A manifestação popular tem o objetivo de abrir os olhos do STF do que pode acontecer", afirmou Ramos.

(* Com Estadão Conteúdo)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por