(Leonardo Morais/Hoje Em Dia)
Região que virou o principal ponto de encontro de turistas e de belo-horizontinos durante a Copa do Mundo, a Savassi não tem banheiros químicos suficientes para atender um público médio diário de 10 mil pessoas desde o início do Mundial. Essa é a principal reclamação de torcedores e lojistas.
Nos dias em que é realizado o Festival Savassi Cultural – quando o Brasil entra em campo e também nos fins de semana – o público aumenta na região e são disponibilizados 80 banheiros químicos, sendo 20 fornecidos pelo município.
Quando não há o evento nos quarteirões fechados da Praça Diogo de Vasconcelos, a infraestrutura providenciada pela PBH cai pela metade. Ou seja, são 70 banheiros em dias “comuns”, quando a demanda é menor.
“O número é insuficiente para o público que está no local. Além disso, tem mais banheiros masculinos do que femininos. Tive que pagar R$ 2 para usar o banheiro de um restaurante”, afirmou a dentista Kênia Aquino, de 31 anos.
A prática tem se tornado usual para muita gente que resolve festejar a Copa na Savassi e não tem alternativa na hora do aperto.
“Esse não é o meu foco, mas tenho cobrado R$ 5 para o acesso ao banheiro. Coloco o preço alto para espantar as pessoas. A cidade é que deve se organizar melhor para receber tanta gente”, avaliou o gerente do restaurante Massa Nostra, Adriano Marchetti.
NA RUA
Filas são grandes para poder usar os banheiros químicos; quem não quer esperar usa rua de sanitário (Foto: Leonardo Morais/Hoje em Dia)
Quem não concorda com o pagamento tem que ficar muito tempo esperando pela vez. “Vim aqui (Savassi) dois dias e toda vez que preciso ir ao banheiro é uma dor de cabeça. Os bares estão cobrando caro e acho um absurdo pagar. Acabo ficando na fila por muito tempo e deixando de me divertir”, relatou o servidor público Vinícius Carvalho, de 29 anos.
Com o resultado negativo da equação entre oferta e demanda, surge outro problema. As pessoas estão fazendo xixi na rua, e abrir o comércio todos os dias se tornou um desafio. “No sábado, minha loja ficou ‘alagada’. Tenho que limpar antes de abrir, mas o odor não passa”, contou a proprietária da By Stop, Ana Maria Botelho.
Segundo a organização do Savassi Cultural, as reclamações de falta de banheiros são registradas nos dias em que não acontecem os eventos. Em nota, a assessoria de imprensa do festival informou que a quantidade de banheiros é suficiente.
Considerou, no entanto, que a prefeitura, em conjunto com proprietários de bares e restaurantes, poderia colocar mais banheiros para os turistas nos dias em que não acontecem o festival.
(*Com Renato Fonseca)