Ciência ao alcance: feira reúne estudantes, professores e pesquisadores na UFMG

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
18/07/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:36
 (Fernanda Carvalho)

(Fernanda Carvalho)

Ao colocar as duas mãos em um aparelho com polos positivo e negativo, crianças e adolescentes atuam como condutores de energia e se tornam verdadeiras “pilhas humanas”. Esse é apenas um dos experimentos científicos da 69ª edição da feira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao todo, 30 atividades interativas estão disponíveis aos visitantes.

Maior evento científico do hemisfério sul, a feira gratuita e aberta ao público teve início no último domingo e segue até sábado, no campus Pampulha da UFMG, em BH. A reunião anual agrega instituições, pesquisadores, professores, estudantes e demais amantes de ciência do país e do exterior. Em palestras, mesas redondas, cursos e atividades lúdicas, eles discutem os avanços na área.

Interatividade

Os experimentos e as brincadeiras científicas integram a programação da SBPC Jovem. As atividades, no entanto, não são voltadas apenas para o público infantil, mas para leigos que podem ver como a ciência está presente no dia a dia.

Estudante do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Natan Gonzaga dos Santos é um dos expositores. No espaço Ciência Interativa, ele destaca que é importante “poder demonstrar para as pessoas que a ciência está mais próxima do que elas imaginam”.Fernanda Carvalho / N/A

Atividades lúdicas e experimentos científicos atraem jovens presentes na maior feira científica do hemisfério sul

Além de um experimento de ilusão de ótica que mostra um furo nas mãos por meio de um cano de PVC, o estande também traz um módulo de comparação de lâmpadas para explicar o consumo de energia.

A pequena Thamyres, de 8 anos, esteve no local. Ao utilizar óculos de realidade virtual, ela conseguiu ver, bem ali no chão da tenda, várias espécies de dinossauros, extintos há milhões de anos. “Eles eram enormes e tinham várias pedras e árvores espalhadas por aqui. Fiquei com medo, mas foi muito legal”, conta.

Iniciativa

No quinto ano como expositor, o professor de física Marcos Antônio Ribeiro, explicava como a eletricidade influencia no movimento de um aparelho montado com garrafas pet. Sem laboratórios de química, física e biologia na escola estadual onde trabalha, em Petrolina, Pernambuco, Marcos teve a ideia de mostrar aos alunos os experimentos na prática.Fernanda Carvalho / N/A

Experimento de ilusão de ótica chama a atenção

Para isso, construiu o Museu de Ciências Ricardo Ferreira. “Eu dou aulas no museu e os estudantes constroem, eles mesmos, os experimentos. Depois, levamos para as demais escolas da cidade”, explica.

Ele reforça que o museu ajuda a despertar a curiosidade dos adolescentes para o campo da ciência e é uma ferramenta de inclusão social. “Nós fazemos pesquisas na escola pública e, com isso, incentivamos os alunos a tentarem seguir a carreira em universidades públicas”, diz.

Para o professor, participar da feira é uma das principais formas de trocar os conhecimentos produzidos em ciência no país e torná-los acessíveis à população.

Além Disso

A 69ª reunião da Sociedade Brasileira para o Avanço da Ciência ocorre em um cenário de cortes nos orçamentos para a pesquisa e para a educação no país. Conforme o Hoje em Dia mostrou em abril deste ano, a verba de 2017 para a área de ciência e tecnologia sofreu corte de 44% do governo federal.

O montante equivale a R$ 2,2 bilhões, de um total de R$ 5 bilhões previstos até dezembro.

O assunto também será abordado durante a feira no 5º Salão Nacional de Divulgação Científica, que ocorre nesta terça-feira (18), no auditório da Escola de Engenharia da UFMG, às 10h. A mesa “Os Impactos da Ciência na Sociedade” terá debates promovidos pela Associação Nacional de Pós-Graduandos.

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