Ciclistas de BH ignoram riscos de pipa com cerol

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
19/07/2018 às 20:19.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:30
 (Mariana Durães)

(Mariana Durães)

A ampliação das ciclovias e a ausência de equipamentos de segurança deixam ciclistas vulneráveis ao cerol e à linha chilena em Belo Horizonte. Antenas, luvas e protetor de pescoço, utilizados por motociclistas, podem ser adaptados para quem tem a bike como meio de transporte. O maior entrave é que muitas dessas pessoas não sabem da necessidade de se proteger.

O cuidado deve ser redobrado nesta época do ano, quando crescem os casos de acidentes provocados pelas linhas cortantes. Só nos sete primeiros meses de 2018, o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII atendeu a 22 vítimas. Em 2017, em todo o ano, 25 socorros foram prestados.

Nesse ritmo, a previsão não é nada otimista. “É uma estatística muito negativa”, aponta o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros. Com várias ações de conscientização voltadas para os motociclistas, as autoridades vão reforçar a campanha também para os ciclistas. Guarda Municipal, Bombeiros e Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) planejam blitze conjunta, inclusive abrangendo os pedestres.

De acordo com o último levantamento feito pela Associação BH em Ciclo, de agosto do ano passado, 259 mulheres e 3.011 homens foram vistos pedalando em dez pontos monitorados na capital mineira. A entidade acompanha a evolução de ciclistas na metrópole

Proteção

Para quem anda de bicicleta, o guarda municipal Eder Gotelip orienta que é preciso se proteger ao máximo. “Sempre de capacete e adaptando equipamentos de proteção”, alerta.

As recomendações, no entanto, não são seguidas à risca. É o caso de Maíra Cabral, de 31 anos, do grupo Bicimanas. Mesmo com medo, ela revela nunca ter adotado uma medida mais eficaz para evitar ser atingida pelo cerol. “Só busco andar mais devagar e observar ao entrar em áreas que considero de risco. Mas sei que também estamos vulneráveis”.

Para o fotógrafo Igor Batalha, de 24, alguns usuários evitam instalar acessórios nas bikes. “Nem sabia que dava para colocar antena. Achamos que não vai acontecer com a gente”.

No entanto, os acidentes são frequentes e podem ocorrer, principalmente, em momentos de descuido. Que o diga Ivan Rodrigues Oliveira, de 25. Há 20 dias, ele teve o pescoço cortado por uma linha quando pilotava uma moto, na avenida dos Andradas, Leste de BH. “Eu estava com a antena abaixada. A cena foi horrível. Era muito sangue”, relembra. O rapaz foi levado para o HPS em estado gravíssimo. Após ser operado, ficou seis dias internado.

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