Cientistas amadurecem óvulos in vitro; resultado representa avanço na preservação da fertilidade

AFP
12/02/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:17
Período de inscrição para rede pública vai até dia 4 de setembro (Pixabay/Divulgação)

Período de inscrição para rede pública vai até dia 4 de setembro (Pixabay/Divulgação)

PARIS – Cientistas britânicos e americanos cultivaram óvulos humanos em laboratório até a plena maturidade, ou seja, prontos para serem fecundados, algo inédito e que oferece um potencial para preservar a fertilidade feminina, segundo trabalhos publicados na revista Molecular Human Reproduction.

É a primeira vez que óvulos humanos são desenvolvidos in vitro em um laboratório, desde o estágio mais precoce até a plena maturidade, ressaltou em comunicado a universidade de Edimburgo (Reino Unido), que conduziu o estudo com pesquisadores de Nova York.

Este avanço, um passo prévio a qualquer tentativa subsequente de fertilização, poderia ter aplicações para preservar a fertilidade das meninas com câncer.

O interesse, para aquelas que receberão tratamento como a quimioterapia, seria evitar a reimplantação do tecido ovariano previamente removido e, portanto, o risco de reintrodução do câncer.

Em vez disso, os oócitos imaturos recuperados a partir de um pedaço de ovário das pacientes poderiam ser levados à maturidade em laboratório. Eles seriam armazenados para fertilização mais tarde.

Procedimento

Para o estudo, os pesquisadores desenvolveram substâncias adequadas (meios de cultura, em linguagem técnica) em que os oócitos foram cultivados para suportar cada etapa do desenvolvimento.

Os cientistas já haviam conseguido maturar no laboratório óvulos de ratos para produzir descendentes vivos. Outros fizeram amadurecer óvulos humanos a um estágio de desenvolvimento relativamente tardio.

“Ser capaz de desenvolver plenamente óvulos humanos em laboratório pode ampliar o alcance dos tratamentos de fertilidade disponíveis e agora estamos trabalhando para otimizar as condições para o seu desenvolvimento. Esperamos saber, sujeito à aprovação regulamentar, se eles podem ser fecundados”, comentou a professora Evelyn Telfer, da universidade de Edimburgo, que liderou esta pesquisa.
 

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