Nem mesmo a chuva impediu que cerca de 5 mil pessoas lotassem a Praça da Estação, neste domingo (29), para a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT em Belo Horizonte.Apesar dos shows e do clima descontraído, o objetivo foi manifestar contra a interferência da religião nas decisões políticas.
O tema deste ano foi “Estado laico: sua religião não é nossa lei”. De acordo com o coordenador do movimento, Mateus Uérlei, há muito tempo existe uma bancada política fundamentalista religiosa muito atuante no Congresso Nacional e que vem ganhando força nos poderes Legislativo e Executivo. Ele cita como exemplos a retirada de kits antihomofobia das escolas públicas, projeto que existia no ano passado para combater o preconceito entre os jovens, e o cancelamento de políticas públicas de saúde voltadas para jovens gays e travestis.
Movimento busca eliminar o preconceito contra os homossexuais (Foto: Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
“Infelizmente, isso acontece. Mas também temos aliados importantes, como a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o Conselho Regional de Psicologia, universidades e a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais. Não podemos parar de lutar, pois a homofobia não dá sinais de retração”, enfatiza.
Em 2011 foram 278 casos de assassinatos ligados à homofobia registrados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. No ano passado, subiu para 338. “É preocupante e, por isso, estamos firmes no propósito”, disse Uérlei.
A drag queen Aysla Pirv, que faz shows cover da cantora Beyonce, apoia o movimento desde a primeira edição e diz que não abaixa a cabeça para o preconceito. “Somos todos iguais, independentemente de cor, opção sexual ou religião”.
O cabeleireiro Fabrício Pires foi acompanhado da mãe, Garlene Pires, que sempre participa dos movimentos com ele. “Se vivemos em uma democracia, que os direitos sejam iguais para pobres, ricos, gays, héteros, pretos e brancos”, disse.