Com a primavera, alerta total contra a catapora

Letícia Alves-Hoje Em Dia
03/10/2014 às 07:55.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:27
 (MARGARIDA HALLACOC/ARQUIVO )

(MARGARIDA HALLACOC/ARQUIVO )

A primavera é o período mais propício para o aumento de casos da catapora, doença infecciosa que atinge, sobretudo, as crianças. Neste ano, já foram registrados 9.936 registros casos dessa enfermidade em Minas, 661 somente em Belo Horizonte. Os registros são menores em relação ao ano passado, quando 22.999 pessoas foram infectadas, mas nem por isso o cuidado deve diminuir.    Segundo o infectologista José Geraldo Leite Ribeiro, professor da Faculdade de Ciências Médicas, não se sabe por que a estação das flores abre brecha para um maior número de casos, mas outubro costuma ser um dos meses de maior incidência da doença. Um surto de catapora atingiu 253 moradores de Campo Belo, no Centro-Oeste, e duas mortes foram registradas.   A vacinação contra a catapora só foi incluída no calendário oficial do Ministério da Saúde em setembro de 2013. Até então, a prevenção apenas estava disponível na rede particular, em duas doses. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é ministrada apenas uma dose, em crianças de um a dois anos, combinada com outras três proteções (contra sarampo, rubéola e caxumba).   PRÉ-REQUISITO   Para tomar a vacina é necessário imunização anterior com a tríplice viral. Em 2013, 81% do público-alvo foi vacinado (70.370 crianças) no Estado. Neste ano, foram 78.421 (60,37%).    “O ideal é que todas (as crianças) sejam vacinadas. No SUS está disponível uma dose, mas os pais que possuem condições devem procurar a rede particular para a segunda dose. Assim, será garantida proteção contra casos graves e leves da doença”, recomendou o médico.   A redução dos casos de 2013 para 2014, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ainda não pode ser atribuída à inclusão da vacina no calendário obrigatório. O infectologista concorda. “A doença é assim. Há anos em que há mais casos e outros menos”, disse.   São muitos os primeiros sintomas, seguidos de pequenas manchas   Os primeiros sintomas da catapora são tosse, coriza e febre, semelhantes ao de um resfriado. Em seguida, aparecem pequenas manchas no abdômen, costas e peito. As “pontinhas” vermelhas evoluem para bolhas até se tornarem crostas. Essa fase acontece entre sete e dez dias, após a infecção.    “As complicações são infecções de pele, causadas pelas feridas das vesículas. Alterações neurológicas também podem ocorrer pela contaminação por bactérias”, alertou o infectologista José Geraldo Leite Ribeiro.    Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, há a possibilidade de introdução de uma segunda dose da vacina no calendário obrigatório. O Ministério da Saúde informou que a eficácia de uma única dose foi comprovada por meio de estudos.    O calor acende sinais de alerta para diversas doenças, como micoses e alergias. “Algumas doenças ficam mais prevalentes com o aumento da temperatura. Devido ao suor excessivo, alguns tipos de micoses e alergias ficam mais frequentes. O acne pode agravar devido ao aumento da oleosidade da pele e o suor”, disse o diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica da Regional MG, Breno Figueiredo Gomes.    Outro problema comum, segundo ele, é a candidíase, principalmente vaginal. “Fica mais prevalente também por causa do suor e do calor, fatores importantes para o crescimento da cândida, o fungo causador da doença”, disse.   Para evitar essas doenças, ele recomenda a hidratação frequente, com ingestão de pelo menos dois litros de água. A limpeza e hidratação da pele também podem contribuir com a redução de micoses e alergias.   Calor abre brecha para outras doenças    -Acne solar Formação de lesões na pele semelhantes a pequenas “bolinhas endurecidas” e “bolhas de pus”. Algumas são doloridas e avermelhadas devido à inflamação.  Como evitar: Uso de filtros solares pode contribuir com a proteção.    -Impetigo Infecção bacteriana da pele, que forma bolhas com pus. Ocorre por meio de lesões cutâneas, como picadas de inseto e arranhões. O uso de toalhas e roupas molhadas pode piorar os casos. Como evitar: Lavar a roupa em água fervente, lavar as mãos, não usar toalhas e roupas de outras pessoas e não mexer nas feridas.   -Herpes labial O herpes é uma infecção que desencadeia devido à exposição solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre e outras infecções que reduzem a resistência orgânica. É mais frequente nos lábios e na região genital.  Como evitar: Protetor solar labial, aplicado a cada 30 minutos.    -Bicho Geográfico Causado por parasitas intestinais do cão e do gato, que penetram na pele provocando a doença. Provoca vermelhidão e muita coceira. Como evitar: Usar calçados e evitar lugares frequentados por animais.    -Candidíase Os sintomas são o corrimento esbranquiçado, coceiras e prurido vaginal. É causada por fungos por causa de roupas molhadas ou pela redução da imunidade.  Como evitar: Dormir sem calcinha, evitar o uso de calças ou roupas apertadas e ter uma alimentação saudável.    -Micoses Causadas por fungos atingem a pele, as unhas e o couro cabeludo. Os fungos se proliferam pela combinação de calor e umidade.  Como evitar: Não pisar na areia descalço, secar bem o corpo e não permanecer com roupas molhadas, ter cuidado ao entrar em piscina e banheiras.    -Insolação   Causada pela excessiva exposição ao sol. Provoca dores de cabeça fortes, falta de ar, desidratação e queimaduras na pele. Pode haver um aumento da temperatura corporal, podendo chegar a 41° C.    Como evitar: Não ficar muitas horas exposto ao sol, usar protetor solar e beber bastante líquido.    Vacina não tem limite de idade   A vacina contra catapora é recomendada para o público a partir dos nove meses e não tem limite de idade.    Quem ainda não teve a doença pode procurar a rede particular para tomar a vacina. São duas doses e o valor varia de R$160 a R$190 cada.    A segunda dose é aplicada após três meses da primeira. Crianças que tomaram apenas uma dose na rede pública, podem ser vacinadas com a segunda nas clínicas particulares.    Esse procedimento é recomendado para evitar também casos mais brandos da doença. 

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