Com chegada do período chuvoso, centros de saúde ficam expostos a inundações

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
13/10/2012 às 14:34.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:11
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

Período chuvoso se aproximando e, com ele, uma preocupação a mais para quem trabalha ou precisa de atendimento nos postos de saúde da capital. Vários deles são inundados continuamente, sem que intervenções definitivas sejam feitas para evitar o problema. E o agravante é que ao serem invadidos pelas águas sujas, há o risco para a saúde pública.

Entre os mais atingidos estão os que ficam próximos à bacia do córrego do Isidoro. Além das cheias, a falta de saneamento adequado em torno do curso d’água, que corta as áreas de abrangência de 27 unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) nos distritos sanitários Pampulha, Venda Nova e Norte de Belo Horizonte, expõe a população a riscos de doenças.

A necessidade de discutir o problema e de cobrar ações da prefeitura foram publicadas em resolução inédita do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, recentemente publicada no Diário Oficial do Município (DOM).

Segundo o médico Paulo César Machado Pereira, ex-primeiro secretário do Conselho e assessor técnico do gabinete da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), foi a primeira vez que se formalizou um pedido de ação conjunta, contemplando o meio ambiente e a saúde. A expectativa é a de que, com o debate, algo seja feito para mudar esse quadro.

Prejuízos

O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar de Moura, não soube mensurar os prejuízos financeiros causados pelas chuvas em postos de saúde da capital.

Porém, trabalhadores e usuários são os que mais sofrem com a situação. “O problema é de todos: da sociedade, que fica sem atendimento de saúde de qualidade, e dos funcionários, que sofrem pressão para continuarem com os serviços, mesmo sem condições adequadas”.

Atendimento suspenso e medicamento transferido

Em novembro do ano passado, funcionários e pacientes enfrentaram muitos transtornos por causa de uma inundação no Centro de Saúde Ouro Preto, na região da Pampulha. Medicamentos e vacinas foram remanejados para outras unidades para não estragarem.

O risco foi grande porque caiu muita água nas caixas de energia elétrica e uma “piscina” se formou na laje. Os estragos ficaram à vista até fevereiro deste ano e ainda há trincas na farmácia. “Basta chover para os problemas voltarem”, diz o enfermeiro da unidade e um dos diretores do Sindibel Welson Alexandre Santos.

Em janeiro deste ano, o deslizamento de uma encosta rompeu o muro de contenção do Centro de Saúde Jardim Felicidade, na zona Norte de BH, e inundou corredores e consultórios. Usuários e trabalhadores foram transferidos para outros centros de atendimento da região.

Situação semelhante ocorreu no Centro de Saúde Marivanda Baleeiro, no bairro Paulo VI (Nordeste), em dezembro de 2011, onde o atendimento já foi interrompido várias vezes por causa de inundações.

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