Com homenagem a Carlinhos Brown, Baianas Ozadas arrasta centenas de milhares pelo hipercentro

Fábio Corrêa
portal@hojeemdia.com.br
12/02/2018 às 10:12.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:18
 (Pedro Gontijo/Hoje em Dia)

(Pedro Gontijo/Hoje em Dia)

Haja água mineral! Sob um sol escaldante, o Baianas Ozadas arrastou, nesta segunda-feira (12), uma multidão de foliões pelas ruas do Centro de Belo Horizonte. Homenageando os 40 anos de carreira do compositor baiano Carlinhos Brown, o trio elétrico, comandado por Geo Cardoso, embalou as centenas de milhares de pessoas que acompanharam o bloco da Avenida Afonso Pena até a Praça da Estação, onde o Baianas está marcado para chegar por volta das 15h.  Se, no ano passado, o Baianas teve o maior público do Carnaval, com 500 mil pessoas, a expectativa deste ano é que o recorde seja superado: segundo a organização, eram esperados, até o começo da tarde, de 650 mil presentes, todos levados ao som do axé baiano da banda que, além do fundador do Timbalada, também entou clássicos de ilustres conterrâneos de Brown, como os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil. Carlinhos Brown ainda teve mais uma homenagem: um bonecão feito à sua imagem e semelhança, que dançava atrás do trio com uma baiana do mesmo tamanho. Festa O "mar de gente" no hipercentro da capital reuniu foliões de todos os tipos, como Leonice Fabrini, de 74 anos. Para ela, pela primeira vez no Baianas, quanto mais gente, melhor. "É fantástico. ano que vem, quero fazer parte da bateria", elogiou ela. Já a vendedora Núbia Dias, de 30 anos, foi conferir o bloco pela terceira vez, mas resolveu, desta vez, trazer as filhas Nicole, de 7, e Iasmin, de 10 anos. "É o melhor bloco, a música é ótima e ainda dá para vir com as crianças", contou à reportagem. A empresária Miriam Vicente, 54, estava na bateria do Baianas pelo segundo ano seguido. Motivada pela festa, ela não poupou palavras em explicar o que a leva a percorrer as cinco horas atrás do trio elétrico. "A cada batida no tambor, ganho 20 segundos a mais de vida. É pura emoção", resume. Para o fundador do bloco, Geo Cardoso, o mais importante é a festa e a celebração do Carnaval de Belo Horizonte. "O Carnaval de BH é transversal: tem branco, preto, pobre, rico, criança e velho. É para todos e não deixa ninguém de fora", comemora Geo. Marcado para as 10h30, o bloco acabou tendo um atraso de cerca de uma hora para sair. A música, no entanto, começou pontualmente, para não deixar nenhum folião parado e, mesmo com o trio elétrico parado, a banda não perdeu tempo para levantar o público. Tolerância E a inclusão do Baianas não ficou apenas no discurso e foi das limitações físicas à multiplicidade das religiões. No oitavo ano de Carnaval, o bloco estreou a ala para pessoas com deficiência, parceria com a Apae, além de repetir a ala mirim, com crianças de todas as idades. Antes do trio elétrico descer a Afonso Pena, integrantes promoveram uma lavagem simbólica na escadaria da Igreja São José.  "É a união do sagrado com profano, para promover a saúde, a paz e a celebração e, principalmente, a tolerância entre as religiões", explicou o babalorixá Eduardo de Oxum, que coordenou a iniciativa.  Foi legal:  - Música: A qualidade dos músicos no trio elétrico impressionou. O repertório variado, mas sem se prender aos clichês do axé, abrangeu uma gama de compositores, com uma viagem sonora dos anos 90 até os começo da Tropicália. - Organização: Mesmo com o atraso, o trio elétrico foi organizado e bem orientado pelos integrantes do bloco. Qualquer dificuldade de locomoção ou problemas eram comunicadas pelo vocalista.  - Indumentária: A ala das baianas, os dançarinos, estandartes e o bonecão de Carlinhos Brown deram uma cor especial ao centro, numa bela segunda de sol. Não foi legal: - Multidão: Muita gente, que dificultava a locomoção, principalmente nas proximidades do bloco. No entanto, a reportagem não testemunhou nenhuma confusão. 

 Lavagem das escadarias

Para celebrar a união das religiões, O babalorixá Eduardo de Oxum coordenou as lavagens da escadaria da Igreja São José, junto de membros do Baianas Ozadas.Fábio Corrêa / N/ALavagem das escadarias da Igreja São José

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