Construção de parque na região Leste fica na promessa, e área vira bota-fora

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
08/01/2016 às 06:58.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:56
 ( Wesley Rodrigues)

( Wesley Rodrigues)

O que deveria ser uma área de lazer para 250 mil pessoas no São Geraldo e outros bairros da região Leste de BH virou bota-fora e criadouro do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e febre chikungunya.
 
Moradores lamentam o descumprimento de condicionantes previstas no licenciamento ambiental do “Projeto Modernização Belo Horizonte-Sabará”. Executado pela Vale, englobou obras de duplicação e melhorias da ferrovia que liga as duas cidades.

Convênio assinado em 2010 entre a Vale e PBH para “melhorar a qualidade de vida” na região prevê implantação do Parque Linear Ferroviário, com 8,3 quilômetros de extensão e espaço para prática de atividades físicas, como quadras, além de equipamentos de ginástica. Outra medida é a reconstrução do campo de futebol do Pompeia, com novo acesso e estacionamento.Mas nada saiu do papel.

A Vale afirma ter repassado à PBH o dinheiro para as obras. No entanto, não informa valores nem data do repasse. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) também não deu detalhes. Informou apenas que “estão em desenvolvimento projetos para a execução de um campo de futebol e do parque, em fase de orçamento, para abertura de licitação das obras em 2016”.

QUEIXAS

"O campo de futebol, na avenida Itaituba (São Geraldo), virou bota-fora após ser transformado em canteiro de obras da Vale”, reclama o empresário Carlos Mattos, de 66 anos. “Até o vestiário foi derrubado”, destaca, segurando publicação da Vale com a promessa das obras. Sílvia, mulher de Carlos, reclama da falta de informação. “Ninguém diz nada a respeito. O perigo é de o terreno ser invadido”.
 
Ex-aluno da escolinha de futebol do Pompeia, o fiscal de loja Patrick Pereira Maciel Santos, de 22 anos, lamenta o abandono da área. “Mesmo sem o parque, venho brincar com meu filho toda manhã”. “A limpeza da área é urgente”, diz o aposentado Waldir Ferreira dos Santos, de 85 anos, que há 40 mora em frente à via férrea. “O parque e o campo ficaram na promessa, mas a prefeitura precisa limpar a área, que acumula lixo e virou criadouro de mosquito”, acrescenta. A água pluvial, que corria para o Arrudas, fica empoçada no antigo campo, onde há pneus velhos e outros objetos.

ALÉM DISSO

Em publicação distribuída aos moradores em dezembro de 2015, a Vale informou que a Prefeitura de BH é a responsável pela construção dos espaços públicos de lazer, convivência e prática de esportes entre os bairros Horto e Caetano Furquim, na região Leste, condicionantes para o licenciamento ambiental concedido à mineradora. “Esperamos que a população adote esses novos espaços e que zele pela sua conservação”, destacou no informativo o analista de relações com a comunidade da Vale, Hélcio Borges.

O projeto Modernização Belo Horizonte-Sabará consistiu na duplicação e melhorias do traçado de 8,3 quilômetros de linha férrea, trecho por onde passam 28 trens, por dia, transportando grãos, minério, produtos siderúrgicos e combustíveis.

Composições ferroviárias da MRS Logística e o trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) também usam a malha ferroviária para acesso à Estação Central de BH. Foram construídos quatro viadutos rodoviários, dois ferroviários e três passarelas, eliminando cinco passagens em nível (cruzamento da linha com ruas e avenidas).

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