Corregedor pede demissão de delegado acusado de matar namorada de 17 anos

Hoje em Dia
14/10/2013 às 22:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:20

A corregedoria da Polícia Civil pediu ao governador Antonio Anastasia a demissão do delegado Geraldo do Amaral Toledo. Ele é acusado de atirar na cabeça de sua ex-namorada, a adolescente Amanda Linhares, de 17 anos. No entanto, o pedido de demissão é referente a transgressão disciplinar de natureza grave, no período em que o delegado era titular da Circunscrição do Detran em Betim. A recomendação foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais, no último sábado (12).    Conforme a assessoria da PC, o delegado teria contrariado normas existentes na legislação de trânsito, culminando no registro e licenciamento de duas motocicletas com motores e chassis com procedências irregulares. Entre os componentes dos veículos adulterados, havia, por exemplo, chassi marcado como produto de crime contra o patrimônio ocorrido em outro estado.   O processo administrativo com vistas à demissão foi instaurado em 2011, depois que o inquérito policial confirmou o envolvimento do delegado nas irregularidades. Conforme determina a lei, segundo da PC, foram proporcionadas ao acusado o direito de defesa e o direito ao contraditório.    Além do procedimento administrativo na corregedoria, processo sobre o mesmo caso tramita numa das Varas Criminais da Capital. Nessa esfera, Geraldo Toledo é processado por Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor, Receptação e Formação de Quadrilha. A pena prevista para os três crimes, somados, é de até 13 anos de prisão.   Caso Amanda Linhares   O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o delegado no dia 20 de junho deste ano. Segundo denúncia oferecida pelo órgão, Geraldo Toledo foi denunciado por homicídio duplamente qualificado motivo torpe, dissimulação e fraude processual. Além dele, outras cinco pessoas, sendo três amigos amigos, a advogada e a ex-namorada do delegado, também foram denunciadas por fraude processual. A advogada e a ex-namorada ainda irão responder por falso testemunho.   De acordo com a promotora de Justiça Luiza Helena Trócilo Fonseca, o inquérito policial apresenta indícios suficientes da autoria do crime e, além disso, o denunciado procurou impedir que a verdade aparecesse, obstruindo a produção de vestígios e provas. "A vítima caiu em uma pérfida armadilha preparada de forma dolosa e finalística pelo denunciado, o que deixa efetivamente evidenciado a torpeza do motivo que resultou no lamentável e trágico crime", disse a promotora de Justiça.   Atualmente, Geraldo do Amaral Toledo Neto está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, que fica no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte. Em nenhum momento, o delegado confessou o crime e ainda insiste na versão de que a amorada teria atirado contra a própria cabeça.   A denúncia foi apresentada à Vara Criminal de Ouro Preto, bem como o pedido de desmembramento do processo em relação aos outros cinco réus.    O crime   Amanda Linhares foi baleada na cabeça no dia 14 de abril de 2013, em Ouro Preto, na região Central do Estado. Na data, testemunhas informaram que o delegado e a garota teriam discutido dentro do carro do Geraldo Toledo momentos antes de ela ser ferida.   Segundo a Polícia Civil, essa não foi a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra a jovem.   Já em 2011, Geraldo de Toledo foi detido em São Joaquim de Bicas, também na região Central de Minas. Ele também é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha, mas responde em liberdade.    Amanda, de 17 anos, morreu na noite do dia 3 de junho, após ficar 51 dias internada no Hospital Pronto-Socorro João XXIII. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória.    O corpo da adolescente foi velado e enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas.   Atualizada no dia 15 de outubro, às 14h40

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