Cresce a presença feminina na regência das baterias dos blocos da capital

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
23/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:54
 (Pedro Gontijo)

(Pedro Gontijo)

Aos 18 anos, a atriz e estudante Luísa Nascimento se prepara para a estreia à frente do bloco Bruta Flor no Carnaval de BH. A jovem começou tocando no grupo em 2015 e, agora, vai guiar a bateria composta por cerca de 50 mulheres. 

Além da nova regente, a presença feminina também é forte em outros blocos que buscam dar visibilidade àquelas que sempre fizeram parte como organizadoras e na percussão. A percepção de quem está na linha de frente é de que a participação tem mesmo aumentado. 

A musicista Nara Torres, de 32 anos, comanda, desde 2012, os mais de 100 percussionistas e a banda do Chama O Síndico, um dos grupos mais conhecidos da capital mineira.

Apesar de reconhecer que os homens ainda são mais presentes como regentes, ela se mostra otimista com um crescimento da presença das mulheres. “Elas criam coragem para buscar esse lugar que, querendo ou não, é de poder ao nos verem no comando”, observa.

Os grupos, compostos por mulheres ou mistos, têm nos repertórios clássicos do axé, pop e MPB. Mas as marchinhas feitas por elas e até o maracatu ganham espaço na folia.Maurício Vieira

Aos 18 anos, Luísa Nascimento se prepara para comandar a bateria do grupo Bruta Flor


Comemoração

Contando os dias para a festa, Luísa Nascimento não esconde a felicidade. “Sei que tenho muito a aprender, mas a proposta é essa: que a gente acredite no nosso poder e se jogue! Então, eu sei que vai ser muito bonito e potente esse momento”, comemora. 

No bloco Bruta Flor, o repertório é todo de compositoras da cena musical de BH. Os ritmos são os já conhecidos do Carnaval: samba reggae e samba duro (uma variação do ritmo), mas elas trazem inclusive xote, baião e até a cúmbia, típica da Colômbia. 

Também são elas que agitam os tambores e estão na coordenação do Baque de Mina. À frente do bloco desde o ano passado, a percussionista Daniela Ramos acredita que um grupo exclusivamente de mulheres é importante para quebrar o preconceito em relação à percussão. “Muitas vezes ouvi ‘essa daí toca igual homem’, como forma de elogio, mas eu sou boa é como mulher mesmo”, diz.

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