Nem mesmo a Lei Seca mais severa fez com que motoristas embriagados, habilitados ou não, ficassem longe da direção. No fim da noite de terça-feira, no bairro Serra Verde, região de Venda Nova, um motociclista atropelou e matou um menino de 6 anos. Na delegacia, ele confessou ter bebido quase uma caixa de latinhas de cerveja, que possui 12 unidades.

Paulo Henrique Tomás da Silva, de 24 anos, foi preso em flagrante e autuado na Delegacia de Acidentes de Trânsito por homicídio por dolo eventual – quando a pessoa assume o risco de matar. Ele está detido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão.

A criança, Felipe Júnior Alves Rodrigues, tinha ido com uma tia tomar açaí perto de casa. Conforme relato da mulher, ela e o garoto atravessavam a rua Raul Min Ferreira quando o sobrinho soltou as mãos dela e correu, sendo atropelado pelo motocicleta que vinha em sua direção.

Sem autorização

À Polícia Civil, Paulo Henrique disse que estava em um bar bebendo cerveja com os amigos. Ele contou ter aproveitado que o dono da moto foi ao banheiro e pegou a Yamaha de cor vermelha, com placa HEN-8920 (MG), sem autorização. Quando passava pela rua Raul Min Ferreira, ele disse ter sido surpreendido pelo garoto, que teria saído detrás de um carro, e não conseguiu desviar-se dele.

No entanto, testemunhas informaram que o homem estava em alta velocidade e tentou desviar de um carro estava estacionado na rua. “Pena que nessa manobra ele matou meu filho, destruiu minha família. Um pedaço de mim morreu com meu filho”, disse o advogado Henrique Júnior Rodrigues, pai da criança.

O jovem foi encaminhado a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova, onde recebeu curativos. Ao ter alta médica, Paulo Henrique foi preso em flagrante. Felipe Júnior foi levado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde acabou não resistindo aos ferimentos e morreu.

O proprietário da moto, Marco Aurélio Perlva Abdala, de 47 anos, foi detido e teve a carteira de habilitação e o documento da moto apreendidos. Após prestar esclarecimentos, recebeu a documentação de volta e foi liberado. Segundo a polícia, Marco Aurélio não consentiu com o crime.

O pai de Felipe Júnior defende ainda o indiciamento de Paulo Henrique por furto. “Se ele pegou a moto sem pedir, e não houve violência, foi furto”, salientou. 

Atualizado às 21 horas
 

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