(Marcelo Prates)
Prefeitos mineiros, deputados, representantes de associações e ambientalistas cobraram um amplo e transparente projeto de revitalização para o rio São Francisco em conjunto com a obra de transposição da bacia. O apelo foi feito nesta segunda-feira (23) durante debate público na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Com o tema "Velho Chico: transposição exige revitalização, sem Minas não há salvação”, o encontro teve a participação do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que apresentou alguns investimentos feitos nos últimos anos. Segundo ele, um novo plano de revitalização da bacia está sendo elaborado para os próximos dez anos.
Presidente da Comissão de Minas e Energia e autor do requerimento do debate, o deputado Gil Pereira (PP) destacou que há mais de uma década Minas espera por ações em favor da revitalização do São Francisco. O parlamentar também reforçou que o Norte de Minas agoniza por melhorias urgentes em todo o trecho abastecido pelo curso d'água e seus afluentes.
As palavras dele foram amparadas pelo presidente da Associação dos Municípios do Médio São Francisco (Ammesf), Denílson Rodrigues Silveira, que é prefeito de Francisco Sá, no Norte do Estado. Segundo ele, "os rios estão secando". A região vive uma das piores secas de toda a história.
Quem também participou do debate e fez duras críticas à obra de transposição foi o ambientalista Apolo Henriger. Para ele, a intervenção tem desgastado ainda mais o meio ambiente. O especialista cobrou uma mudança de postura do governo federal e que se repense toda a política econômica do país.
De acordo com o ministro Gilberto Occhi, um novo plano de revitalização está sendo elaborado pela sua pasta e pela do Planejamento. Porém, ele não deu detalhes de como está o processo e se há recursos assegurados. Segundo ele, atualmente existe o Programa de Revitalização da Bacia. Conforme Occhi, cerca de R$ 2,5 bilhões estavam assegurados e R$ 1,7 foram investidos.
À frente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba (Codevasf), Felipe Oliveira, detalhou o montante. O valor foi aplicado nos cinco estados banhados pelo Velho Chico em ações de saneamento básico (R$ 1,3 bilhão), intervenções em processos erosivos (R$ 161 milhões) e abastecimento de água (R$ 317,75 milhões). Em Minas foram aplicados R$ 571, 51 milhões, sendo R$ 492 milhões em saneamento.