Decisão para a retirada das capivaras da Lagoa da Pampulha é adiada mais uma vez

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
09/02/2017 às 18:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:47

Mais uma vez foi adiada a decisão para a retirada das capivaras da Lagoa da Pampulha.  A assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que poderia sair nesta quinta-feira (9) foi remarcada para a próxima segunda-feira (13). Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, alguns ajustes precisam ser feitos no documento, entre eles a garantia da exterminação dos carrapatos. "Eu disse que se não houvesse o tratamento para exterminar os carrapatos, eu não assinaria o TAC", esclareceu.

Nesta quinta-feira, foi realizada uma reunião no Ministério Público Estadual que contou com as presenças do secretário municipal de Meio Ambiente e de representantes da secretaria Municipal de Saúde, do Ibama e da Fundação Zoobotânica. 

Segundo o MPMG, vários ajustes foram feitos no documento e a expectativa é que representantes legais das áreas de meio ambiente, saúde e patrimônio cultural compareçam ao órgão na próxima semana para a assinatura do TAC. Com ela, as 85 capivaras da Pampulha começam a ser remanejadas para uma área de 4 mil metros quadrados, localizada no Parque Ecológico.

Werneck explicou que as capivaras vão ser atraídas até o local por alimentos. E que esse processo vai ser mais longo para evitar que o animal sofra com o confinamento. Após presas, elas vão ser castradas e tratadas. A expectativa é que os bichos possam voltar à orla em seis meses. Para isso, serão gastos R$500 mil. O recurso, segundo o secretário, é proveniente de uma compensação ambiental de uma empresa privada.  

Já a exterminação dos carrapatos ficaria sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a assessoria de comunicação da pasta, o secretário Jackson Machado afirmou que vai participar dos procedimentos definidos pelo TAC e que, após a assinatura, serão levantados os custos para os trabalhos de exterminação do carrapato estrela. O método utilizado ainda não foi definido.

A Fundação Municipal de Cultura responsável pelo Conjunto Arquitetônico da Pampulha confirmou que a diretora de Patrimônio Cultural, Carime Gonçalves, vai comparecer ao encontro na segunda-feira para assinar o TAC. Com a volta das capivaras para a orla, vai ser necessário também um planejamento para que os animais não danifiquem as construções.

Histórico

Em outubro do ano passado, uma ordem judicial determinou a retirada das capivaras da orla da Lagoa da Pampulha. A decisão foi proferida após um pedido feito pela Associação de Moradores do bairro Bandeirantes e após um mês da morte de um menino de 10 anos em decorrência da febre maculosa.

Thales Martins Cruz teria contraído a doença durante uma visita ao Parque Ecológico, onde teria sido picado por um carrapato infectado. A capivara é um dos hospedeiros do carrapato transmissor da febre maculosa.

No ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde registrou 15 casos confirmados de febre maculosa em todo o Estado, sendo que quatro pessoas morreram.

Em setembro de 2014, as capivaras chegaram a ser capturadas pela prefeitura e confinadas em um espaço dentro do Parque Ecológico da Pampulha. Entretanto, após uma ação impetrada pelo Ministério Público, alegando maus tratos, os animais foram soltos e voltaram para a orla da lagoa.

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