Defesa Civil busca no Japão orientações para enfrentar desastres naturais

Michelle Maia - Do Hoje em Dia
16/08/2012 às 07:41.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:29
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

No país onde tremores de terra e desastres naturais são comuns, os cidadãos são preparados desde a infância para saber como agir em meio a uma situação de risco. Uma criança japonesa, por exemplo, sabe exatamente o que fazer quando acontece um terremoto, mesmo estando dentro de uma sala de aula, longe dos pais. Em se tratando de Brasil, a realidade é outra. Adultos e crianças ficam desnorteados e se desesperam sem saber como proceder diante de catástrofes como enchentes, inundações e deslizamentos de terra, situação bem comum em grande parte do país.

Rosa Helena Ribeiro mora na Vila Itaú, em Contagem, na Grande BH, com o marido e os dois filhos. A família vive em uma área de risco há 18 anos, a poucos metros do córrego Ferrugem. Ela afirma que já perdeu a conta de quantas vezes o imóvel foi inundado, perdendo tudo o que tinha. No período chuvoso, a orientação para os filhos pequenos é uma só: “Falo com eles para correr para o lugar mais alto e deixar a água entrar. Vivo com medo”, afirma. Por sua vez, Caio Gabriel Ribeiro Soares, de 11 anos, coloca a caixa com as roupas em um lugar alto para ver se não molha. “Depois, eu e meu irmão só choramos com medo”, conta o garoto.

A situação vivida por Rosa e Caio se repete em milhares de casas espalhadas por Minas e pelo Brasil. Pensando nisso, uma comitiva da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado (Cedec-MG) foi em julho à província de Aichi, no Japão, para um intercâmbio. O objetivo é compartilhar experiências e informações sobre desastres naturais e prevenções.

Cultura diferente

Segundo o secretário executivo da Defesa Civil de Minas, tenente-coronel Fabiano Villas Bôas, os japoneses encaram normalmente os abalos sísmicos e desastres naturais, já que são frequentes no país. “Lá, as pessoas se ajudam, são voluntárias. A grande diferença em relação ao Brasil é a cultura. Há tranquilidade e ajuda mútua. Assim, fortalecemos a nossa convicção de que a ideia de prevenção deve ser ampliada por meio das escolas, desde a infância, para que elas sejam treinadas e multipliquem o aprendizado”, observa.

Uma carta de intenções assinada pelo governador Antonio Anastasia foi apresentada, com objetivo de estreitar laços de cooperação em diversas áreas. Para dar continuidade ao intercâmbio, uma visita de representantes da Província de Aichi a Minas Gerais já está prevista ainda para este ano.

Apesar deste ser um trabalho que será desenvolvido a longo prazo, o comandante acredita estar no caminho certo. “Precisamos do apoio de toda sociedade para que esse projeto se torne abrangente e eficaz. As pessoas têm que se mobilizar para que essa cultura venha ser consolidada”, ressalta.

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