A defesa do goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, tenta transferir o jogador para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, o detento está recluso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, também na Grande BH.    De acordo com os advogados do goleiro, Lúcio Adolfo e Francisco Simim, o pedido foi protocolado em dezembro de 2013 e ainda está sendo avaliado pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Nova Lima. O previsto pelo defensor Simim é que o magistrado dê uma resposta até os próximos 10 dias.   Conforme o defensor, o requerimento da mudança foi feito pensando no bem estar de Bruno. "Pedimos a transferência para a Apac de Nova Lima porque lá é um lugar decente para se cumprir pena, ao contrário de onde ele está". Simim ainda explicou que, se o pedido for aceito, o atleta deixa de ser detento e passará a ser reeducando. Além disso, ele esclareceu que, na Apac, Bruno terá direito a remissão de dois dias de pena a cada três trabalhados, sendo que em penitenciárias é apenas um.   Simim também informou que, na tentativa de facilitar a transferência do goleiro, a noiva dele, a cirurgiã dentista Ingrid Calheiros, pretende se mudar para Nova Lima. "Ela já tem um consultório na cidade e cogita se mudar para lá em breve". Além disso, os defensores chegaram a procurar a diretoria do time de futebol Villa Nova, clube do mesmo município. "A população de Nova Lima aceita que ele jogue no time, mas o clube ainda não se manifestou", explicou Simim. O contato com o time foi confirmado pelo Villa. No entanto, a assessoria do clube informou que as negociações não progrediram, uma vez que o time renovou contrato com o atual goleiro e contratou um reserva no final de 2013. Foi dito ainda que a diretoria considerou "negativa" a presença de Bruno no elenco.   Por meio de nota, a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o pedido de transferência foi feito em 13 de novembro de 2013 e confirmou que ainda não foi apreciado. Assim como, esclareceu que a defesa do atleta só apresentou a comprovação de residência do sentenciado na comarca nesta quarta-feira (29). O documento foi entregue por Simim e é sobre o aluguel de um imóvel em Rio Acima, na Grande BH. "De acordo com o advogado, os motivos do pedido de transferência são o fato de que Bruno não tem recebido a visita da mãe, que já é idosa, e também o fato de o ex-goleiro estar longe dos filhos, o que o deixa triste. De novembro até hoje, houve pedido de parecer ao Ministério Público, intimação a Bruno para comprovação de residência, pedido de atestado carcerário para verificar, por exemplo, se houve falta grave, o que foi comprovado, informações sobre a possibilidade de transferência à Apac, entre outros", diz a nota.    Ainda conforme o TJMG, o juiz da Vara de Execuções Criminais de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, será o responsável por abrir vista ao Ministério Público e, na sequência, informar sobre a possibilidade da transferência. Para ser transferido, Bruno "precisa comprovar residência na comarca ou ter cometido o crime no local ou ainda ter sido condenado com sentença transitada em julgado, ou seja, da qual não cabe mais recurso, salvo algumas exceções nesse último caso".       Montes Claros   A defesa de Bruno também protocolou pedido de transferência do cliente para o presídio de Montes Claros, no Norte do Estado. O requerimento foi feito no dia 23 de janeiro deste ano, na Vara de Execuções Criminais de Contagem, comarca onde o goleiro cumpre pena de 22 anos e 3 meses. Entretanto, o juiz da Vara de Execuções Criminais de Montes Claros, Francisco Lacerda de Figueiredo, ainda não recebeu ofício solicitando informações, já que os autos estão com o Ministério Público.     Atualizada às 17h09.

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