Dengue avança em BH e moradores tentam se prevenir

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
16/02/2013 às 08:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:02
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Todos os dias, a primeira tarefa da aposentada Geralda Evany do Nascimento, de 68 anos, é examinar minuciosamente o jardim que ela cultiva em casa, no bairro Caiçara, região Noroeste de Belo Horizonte.

A aposentada coloca areia nos pratos dos vasos de plantas, troca a água dos cachorros e lava bem os recipientes, eliminando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

“Cuido de duas crianças com paralisia cerebral e não posso brincar com a dengue. Tenho a consciência de que se cada um fizer a sua parte, todo o bairro é recompensado. Cabe à população lutar contra a doença, pois o governo não pode ficar em nossas casas 24 horas”, afirma Evany, como a aposentada é conhecida na vizinhança.

Não muito distante do Caiçara, os irmãos Rômulo e Priscila Cerqueira Novais Gonçalves, de 20 e 18 anos, respectivamente, convivem com a ameaça de contaminação.

Eles moram no bairro Jardim Paquetá, na região da Pampulha, próximo à lagoa mais famosa de BH. Ao lado da casa deles, no fim da rua Nilton Baldo, um terreno particular tomado de mato e entulho é o ambiente perfeito para a procriação do mosquito.

“Da janela, dá para ver vários objetos jogados no lote, que acumulam água da chuva. Fazemos a nossa parte aqui em casa, mas, infelizmente, muita gente não colabora”, lamenta Rômulo.

“Toda a vizinhança reclama desse terreno, mas não tomam providências”, diz Priscila. Latas e pneus de bicicleta jogados no meio do mato confirmam o risco enfrentado pelos irmãos e os demais familiares.

Distinções

Diferentes comportamentos da população no combate à dengue estão por trás das mudanças nas estatísticas da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Embora sejam vizinhas, as regiões da Pampulha e Noroeste vivem realidades distintas quanto à proliferação da doença, neste ano, na comparação com 2012.

No ano passado, os bairros da Noroeste concentraram o maior número de confirmações de dengue clássica (forma mais branda da doença): 88, ou 15,8% dos 558 casos positivos na cidade. A Pampulha ficou em segundo na tabela, com 80 registros (14,3%).

Em 2013 (até 14 de fevereiro), houve a confirmação de 463 pessoas infectadas na capital. A região da Pampulha aparece em primeiro, com 102 casos (22%), 22 a mais que em 2012. Enquanto isso, a Noroeste foi para a parte de baixo do ranking, com 40 confirmações (8,6%).

Exemplo

A queda da Noroeste é atribuída a intervenções simples, mas essenciais, como a de Hilda Pimenta de Freitas, de 83 anos, moradora do bairro Padre Eustáquio. No jardim da casa dela, os pratos dos vasos de plantas foram eliminados para não acumular água. “Não há folhagens dentro de casa, todas ficam do lado de fora. Ela cata até as folhas que caem das árvores”, afirma Carlos Henrique de Freitas, de 49.

Filho de Hilda, ele ajuda, eventualmente, na manutenção do jardim.

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