Acostumados a morar lado a lado no pequeno distrito de Bento Rodrigues, as duas primeiras famílias realocadas em casas de Mariana tentam se acostumar com a distância. A dona de casa Roza Helena da Silva, de 46 anos, ainda tenta colocar as panelas da cozinha e os donativos que recebeu de doações no lugar. O apartamento de cinco cômodos alugado está abrigando o neto e três filhas. “Antes eu tinha terreiro, área para as crianças brincarem. Todo mundo morava perto e agora estão todos espalhados”.
A filha era uma das vizinhas de Helena. Quando precisava, Natália Aparecida Felipe, de 25 anos, deixava as duas filhas com a mãe para trabalhar. Agora, ela está em uma casa alugada. O espaço é pequeno e ela ainda tenta organizar as coisas. “Essa noite eu tentei dormir, mas não consegui. Estava acostumada com a minha casa. Aqui é tudo diferente, mas o pior é estar longe da minha família”. Com a decisão de reconstrução do distrito, Roza e Natália esperam novamente morar próximas.
Ao todo, 285 imóveis foram selecionados pela Samarco para acomodar provisoriamente os moradores atingidos pelo rompimento de duas barragens de rejeito da Mina Germano, segundo a secretária municipal de desenvolvimento social, Regiane Oliveira.
A previsão é de que na segunda-feira, outras três famílias alojadas no Hotel Contos de Minas sejam transferidas para imóveis da cidade. Neste domingo, a mudança não será realizado porque não foram disponibilizados todos os itens para os imóveis, de acordo com Regiane. Para a mudança, a mineradora precisa entregar móveis novos, mantimentos e todos os utensílios para a manutenção do local.