Desapropriação para as obras da Via 210 provoca revolta

Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
21/11/2012 às 07:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:27
 (Toninho Almada/Hoje em Dia)

(Toninho Almada/Hoje em Dia)

Apreensão, desinformação e indignação. Moradores do Conjunto Betânia, na região Oeste de Belo Horizonte, estão revoltados com os valores pagos pela prefeitura para a desapropriação do terreno onde será construída a Via 210. O novo corredor vai ligar a avenida Tereza Cristina à Via do Minério, no Barreiro.

No total, 155 famílias deverão deixar suas casas. Para os proprietários, não bastasse a injustiça dos preços oferecidos, falta transparência na condução das remoções. “Ninguém informa nada direito. Está todo mundo perdido”, reclamou a aposentada Daniela Zaidan, de 54 anos, que mora há 32 anos na região.

Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), 56 imóveis foram desapropriados.

Na última terça-feira (20), mais uma casa veio abaixo, deixando desolados mãe e três filhos. “Nos informaram há apenas cinco dias. Hoje (ontem), chegam e derrubam a casa. Não deu tempo de retirar tudo. Perdemos armários e outros utensílios”, disse Maria da Ajuda, de 31 anos, que morava no local há 11.

Quem também reclama é o aposentado Otacílio da Silva Rocha, de 61 anos. “Nada disso consegui por acaso. Tive que passar fome e ralar muito para conseguir comprar esse terreno. Agora, a prefeitura vem e nos tira à força e não informa nada sobre as indenizações que temos direito. É um absurdo”.

Para reivindicar possíveis direitos, os proprietários insatisfeitos devem comparecer pessoalmente à sede da Sudecap com comprovante de IPTU a partir de 2009 ou escritura do imóvel.

A Via 210 terá 1.640 metros de extensão e 36 metros de largura, incluindo ciclovia e passeios bilaterais.

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