(André Brant)
Cartão postal de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha começará a ser desassoreada dentro de 90 a 120 dias. O aviso de licitação foi publicado na última quinta-feira (28) no Diário Oficial do Município (DOM). A intervenção, orçada em R$ 110 milhões, faz parte do programa para recuperação do espelho d’água, degradado pelo assoreamento e pela poluição.
Segundo o coordenador executivo do Programa Drenurbs, da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Ricardo Aroeira, o sistema usado será uma dragagem de longa distância. Por ele, uma draga ficará sobre a água com uma bomba para retirar a lama do leito. Por uma tubulação flexível, o material será desidratado para retirada da água e, depois, enviado para o local de descarte.
“Será um processo de menor impacto ambiental, sem ruído. Trabalharemos com um profundidade da lagoa entre 1,5 metro e 2 metros, acabando com as ilhas de terra e devolvendo o espelho d’água em alguns pontos”, disse Ricardo.
Pontos críticos
É esperada a retirada de 800 mil metros cúbicos, principalmente no entorno da Ilha dos Amores, uma das partes assoreadas. Outros pontos, como desaguadouros de córregos, enseada das garças, diante da Associação Banco do Brasil (ABB)e próximo do Mineirão, também devem ser desassoreados.
A previsão é concluir a obra em oito meses, até antes da Copa do Mundo. O material retirado será enviado a um bota-fora licenciado. A prefeitura sugeriu um local próximo ao Ceasa, mas isso pode mudar.
Moradores do entorno da lagoa afirmam que o desassoreamento já deveria ter sido feito. “Há trechos que não há mais água, apenas lama. Esperamos que as obras sejam criteriosas, sem pressa, evitando que o problema volte. Não pode ser feita de qualquer forma só por causa da Copa”, afirmou a presidente da Associação Pró-Civitas dos Bairros São Luís e São José, Juliana Renault Vaz.