Falta de tempo ou dinheiro não são motivos para deixar de estudar. Cursos de capacitação ou línguas por meio de mobile learning são tendência e, no Brasil, o número de empresas que oferecem a modalidade de ensino está em crescimento. As plataformas focam na utilização prioritária de smartphones. Ou seja, é possível contratar um curso e acessá-lo em qualquer lugar.
Conforme Bruno Melo Souza, professor da pós-graduação em Comunicação Digital e Mídias Sociais da Una, o mobile learning tem vantagens em relação a outros métodos de ensino à distância, já que o conteúdo pode explorar tecnologias próprias do celular, como câmera e GPS.
Para ele, a modalidade pode beneficiar, no futuro, estudantes de graduação e pós-graduação. “A partir do momento em que houver maior conforto de leitura na tela do celular, os estudantes ficarão mais à vontade para usá-lo”, acredita.
O especialista considera aulas presenciais muito importantes para a formação, pelo contato com o professor e colegas, mas tradição e tecnologia podem dialogar.
“Cresce o conceito de sala de aula invertida, em que os alunos aprendem por meio dos dispositivos móveis e depois levam para a aula o material para discussões”.
Experiência
Para o monitor de qualidade Huss Magno Freire, de 26 anos, o mobile learning é uma forma de complemento ao estudo de inglês. Ele frequenta aulas presenciais em uma escola, mas aprende ainda mais com o conteúdo no celular. “Acesso as aulas nos momentos disponíveis, especialmente no ônibus, pois, hoje em dia, todos perdemos tempo no trânsito”, diz Freire.
A atendente de call center Laene Fernandes, de 35 anos, começou os cursos há quatro meses. “Fiz sobre a mudança de ortografia, de inglês, de call center. Em breve, farei sobre alimentação saudável e Excel. Baixo o conteúdo e posso estudar mesmo estando off-line”, diz.
Startup
O empresário de BH Ricardo Drummond investiu em uma startup de mobile learning em 2013 e, até o momento, a plataforma foi usada por 4,3 milhões de pessoas. A empresa oferece cerca de 50 cursos que podem ser estudados de forma livre, mediante pagamento de taxa paga via operadora de celular do usuário (R$ 3,99 por semana ou R$ 9,99 por mês).
“Os cursos têm vídeos, áudios, textos, questões. É possível fazer provas e obter certificados”, explica. Segundo ele, a maioria dos usuários acessa a plataforma por celulares pré-pagos e é formada por jovens com idade inferior a 35 anos. “Como são oferecidos cursos livres, não são necessários pré-requisitos”, completa.